30/12/2008

Três meses depois… com vista a 2009

(Imagem retirada de http://acaoja.wordpress.com/2007/05/)


Seguindo o costume de balanço que a época do ano sugere, também resolvemos pensar no que fizemos neste últimos tempos e no que pretendemos fazer nos próximos.
Foi apenas no passado mês de Outubro que aconteceu a primeira reunião na sede da APC da qual “saiu” um grupo de jovens que em comum tem fazer uma alimentação livre de glúten. Juntámos as diferentes experiências e com uma pitada de vontade, temos posto algumas iniciativas em marcha.
Talvez a mais visível seja este blogue que nos tem posto em contacto e partilha uns com os outros. Felizmente, pelos comentários e número de visitas, parece que foi uma boa aposta e que está a cumprir a sua função.
Também neste ano ainda foi possível apresentarmo-nos “ao vivo e a cores” no Encontro de Natal da APC, em Leiria, que este ano também esteve associado ao lançamento de um livro de receitas sem glúten.
No mês de Dezembro realizámos um jantar de Natal que foi servido sem glúten e com muita boa-disposição a acompanhar.
Este ano houve ainda tempo para escolher um logótipo que representasse o grupo e a sua postura, com a ajuda dos visitantes do blogue.
Por estas actividades e pela vontade que se continua a respirar, planeamos que 2009 seja um ano de novos desafios pois ainda há muito a ser feito. Neste ano que se aproxima, para além de nos continuarmos a juntar aos Encontros e iniciativas da APC, temos em vista a realização de workshops de cozinha (que serão divulgados em primeira mão no blogue) e, não esquecendo uma das primeiras actividades pensadas, o Summercamp 2010, já florescem ideias e alguns contactos já foram mesmo iniciados. Também neste ano de 2009 queremos fazer dos jantares uma tradição, não só pelo convívio, mas também com o objectivo de informar acerca da DC e abrir o leque de escolhas de restaurantes. A ideia é então fazer estes jantares em diferentes locais, criando uma lista de “restaurantes verdes” nos quais poderemos aproveitar de uma refeição sem glúten (também os jantares serão divulgados no blogue).
Claro que este trabalho desenvolvido só tem sido possível com o apoio da dietista da APC, Rita Jorge, e com os comentários, sugestões e participações de todos os visitantes. Muito obrigado!

Aproveitamos, a fechar o ano, para desejar a todos o melhor 2009 possível, e desfrute dos últimos momentos de 2008.

Até ao próximo ano, bons festejos sem glúten,

APC Jovem

28/12/2008

Celíacos chamados a provar



A Sense Test, empresa especializada em análise sensorial, está à procura de candidatos, de todas as idades, com intolerância ao glúten para iniciar o "Clube de Provadores Celíacos" criado há menos de um ano para melhorar os alimentos sem glúten disponíveis no mercado português.

O projecto visa melhorar o paladar, cor e outras características de alimentos sem glúten de várias marcas para os adaptar às preferências dos consumidores. Os participantes poderão ganhar prémios (em géneros) enquanto contribuem para o desenvolvimento de novos produtos sem glúten.

De acordo com o site da Associação Portuguesa de Celíacos, um dos clientes desta empresa é a Sonae Distribuição, proprietária dos supermercados Modelo e Continente, que pretende lançar uma linha própria de produtos sem glúten brevemente.

Os interessados poderão inscrever-se, gratuitamente, através dos seguintes contactos:


Sense Test - Sociedade de Estudos de Análise Sensorial a Produtos Alimentares, Lda.
Rua Professor Augusto Risca, nº 83
4405-832 Vila Nova de Gaia
Tlf./Fax.: 227 131 142
Tlm.: 932 165 952

23/12/2008

NoGlut (Especial Natal)


Chegou o Natal. Sendo uma época especial para todos, para os celíacos reveste-se de algumas especificidades (e porque não dificuldades?). No sentido de as minimizar deixamos aqui duas receitas típicas da quadra. Se procurarem bem vão descobrir que, em qualquer casa, existe uma mãe, uma avó ou uma tia pronta a descobrir as maravilhas da cozinha sem glúten. As receitas são de fácil elaboração e o resultado final é verdadeiramente delicioso!

A APC jovem aproveita ainda para desejar a todos um Feliz Natal, recheado de saúde, alegria e paz. Sem vestígios de glúten. Esperamos ainda que o ano que se aproxima seja repleto de sucessos pessoais e profissionais. E já agora, que seja o ano em que a doença celíaca vai passar de "palavrão desconhecido" a palavra de uso corrente, com os portugueses sensíveis a esta causa. Contamos com todos no novo ano. Contem connosco!


Broas de Espécie (Revista "o melhor da cozinha portuguesa")





(Broas feitas no dia 22 de Dezembro - Mãe da Carmen)

Ingredientes:
- 450g de batata doce
- 250g de açúcar
- 100g de amêndoa sem pele moída
- 100g de coco ralado
- 5 gemas
- 1 laranja (raspa)
- Manteiga
- Farinha sem glúten (para polvilhar o tabuleiro)

Preparação:
Descasque as batatas, coza-as e reduza-as a puré. Leve o açúcar ao lume com um decilitro de água e deixe ferver até obter ponto de espadana. Nessa altura, junte-lhe a amêndoa, o coco ralado e a batata doce em puré. Deixe ferver mexendo sempre, até ver o fundo do tacho. Adicione então as gemas e a raspa de laranja. Retire o preparado do lume e deixe-o arrefecer completamente. Ligue o forno a 220ºC. Unte um tabuleiro com manteiga e polvilhe-o com a farinha sem glúten. Molde pequenas broas e disponha-as no tabuleiro. Pincele-as com a gema e ovo batida e leve-as ao forno durante 15minutos.
Bom-apetite!


Bolo de Laranja


(Bolo realizado pela Daniela e pela Mãe)
Ingredientes:
- 200g de manteiga

- 250g de açúcar

- 250g de farinha (cerca de 200g de farinha de milho e 50g de farinha Maizena)

- 3 laranjas

- 4 ovos
- 1 colher de chá de fermento sem glúten

Preparação:
Bate-se bem a manteiga com o açúcar, junta-se-lhe a casca ralada das laranjas e o sumo de uma, as gemas dos quatros ovos, a farinha e o fermento. Por fim, juntam-se três claras batidas em castelo. Vai a cozer em forma untada e polvilhada de farinha sem glúten. Depois de pronto cobre-se com o sumo de laranja com açúcar.
Bom-apetite!
.
.
FESTAS FELIZES!
*
APC Jovem

18/12/2008

E o logotipo escolhido é...



...C - Verde!
Depois de uma semana de participada votação, o logotipo Verde destacou-se dos restantes, acabando com uma ligeira vantagem de três votos sobre o de cor roxa. Resultados finais:

Magenta (A) - 6 votos
Roxo (B) - 10 votos
Verde (C) - 13 votos
1 voto em branco a assinalar
Total - 30 votos

De destacar,a elevada participação na escolha do logotipo, aspecto bastante positivo e motivador para a APC Jovem, pois revela interesse e vontade de participar por parte das pessoas que acompanham o blog, tornando o grupo cada vez mais representativo dos celíacos. Nesse sentido, aproveitamos também para informar que no próximo sábado (20 de Dezembro) iremos reunir na sede da APC pelas 10horas. Seria importante poder contar com as pessoas que querem colaborar connosco já que iremos planear as nossas actividades do próximo ano. Apareçam!
Até sábado!

15/12/2008

Jantar de Natal



Na passada 6ª feira, dia 12 de Dezembro, realizou-se o jantar de Natal do grupo de jovens da APC, tendo o convite sido estendido a todos os sócios. O jantar teve lugar no restaurante Moinho Alentejano, na Cova da Piedade, Almada, pelo que queremos desde já agradecer aos donos a sua disponibilidade e a forma como nos receberam. Estiveram presentes 16 pessoas, sendo a maioria celíaca.

O menu (totalmente isento de glúten, claro!) foi constituído por pataniscas de bacalhau e patés para entrada, lombo de porco assado como prato principal e mousse de chocolate ou pudim para sobremesa.

Depois do jantar, e de uma animada conversa sobre análises de produtos, fez-se uma troca de prendas para "abrir o apetite" para o Natal.

Por fim, fica um balanço positivo deste encontro e a vontade de organizar outros mais, talvez até em restaurantes ditos "comuns", como tentativa de abrir horizontes aos profissionais do sector no que respeita à cozinha sem glúten, que pode ser tão simples, bastando apenas uma pequena adaptação de receitas e algum cuidado.
Para já, desejamos a todos um feliz Natal e um óptimo ano de 2009!

Vanessa D.

10/12/2008

Chamados a opinar...


Uma das necessidades que sentimos quando criámos a APC jovem foi a de construir um logótipo que nos identificasse a nível europeu e, mantendo a nossa filiação à APC, simbolizasse a juventude e o espírito que pretendemos transmitir.

Assim, a Joana Oliveira (Marketer) esboçou uma ideia que consistia em associar uma espiga e um cadeado fechado, de forma a representar a proibição do glúten. Contudo, esta acabou por ser modificada, passando a associar a espiga a um cadeado aberto para transmitir a ideia de que nós controlamos a doença e, ao mesmo tempo, para mostrar a interdição do glúten (representado pela espiga) nas nossas dietas.

A ideia foi executada pelo Designer Duarte Ruivo (www.duarteruivo.com) que fez os melhoramentos gráficos que considerou adequados. É de salientar que tanto a Joana como o Duarte trabalharam de forma voluntária pelo que agradecemos, desde já, a sua colaboração. Foram ambos muito disponíveis e incansáveis.

O resultado final, que muito nos agradou, segue agora em três combinações de cores diferentes e é para escolher o logótipo final que necessitamos de ajuda. Assim, agradecíamos que cada visitante do nosso blogue deixasse um comentário com o logótipo da sua preferência (A, B ou C). No final contaremos os votos e será eleita a combinação de cores que mais agradar à maioria dos leitores do blogue. No próximo dia 17 (Quarta-feira) "fechamos as urnas"!



Logotipo A - Magenta


Logotipo B - Roxo
Logotipo C - Verde


Democraticamente cada visitante só poderá votar uma vez, necessitando para o seu voto ser validado, de se identificar (não é necessário ser sócio da APC). Contamos com todos! Muito obrigado!

08/12/2008

Encontro de Natal da APC

Realizou-se no passado dia 6 de Dezembro, no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Leiria, o Encontro de Natal da APC.O início deste encontro foi marcado pelo lançamento de um livro de receitas totalmente isentas de glúten, 100% Sem Glúten – Receitas para uma alimentação saudável, de Alexandra Gameiro, que visa ajudar (e muito) na confecção de pratos saudáveis, saborosos e com o mínimo de restrições possível. Seguiu-se uma sessão de autógrafos com a autora cujo livro se revelou um sucesso. Para mais informações sobre o mesmo pode visitar o blogue http://livroportuguessemgluten.blogspot.com/.

Em seguida, realizou-se uma apresentação Dr.ª Marina Pité, intitulada Glúten – dos conceitos ao trabalho no INSA. Esta apresentação, tendo por base várias analises efectuadas a diversos produtos, revelou que as farinhas analisadas, quer de arroz ou de milho, apresentavam valores de glúten acima do recomendado. Este facto deve-se à contaminação com outras farinhas elaboradas na mesma linha de montagem. As análises revelaram também que, embora se tenham vindo a verificar grandes progressos, existem ainda rotulagens pouco rigorosas, visto que em muitos produtos cujo rótulo indica poderem conter "vestígios de glúten" ou mesmo de trigo tal não se verifica, sendo estes produtos isentos. Em suma, isto são notícias um pouco negativas para os celíacos, sendo que existem produtos sem glúten que nos são vedados devido a uma deficiente rotulagem e produtos à partida isentos que se encontram contaminados. A apresentação terminou com a ressalva de que, muito embora se desejassem fazer analises mais periódicas tal não é possível, por isso, para além de ter atenção à marca dos produtos analisados há que ter em atenção a data em que a análise foi efectuada visto poderem existir alterações no processo de fabrico.

Após esta exposição, o grupo de jovens da APC fez a sua primeira apresentação aos sócios, expondo as condições de criação do grupo e os seus objectivos, assim como as actividades a que se propõe. Foi dado a conhecer também do blogue do grupo e foi feito o apelo à participação dos sócios.

No final da assembleia foi votado o aumento das cotas de sócio para que se torne possível contratar definitivamente uma dietista, deixando de ser necessário recorrer ao estágio profissional e à sua limitação de nove meses.O encontro terminou com o sorteio de um cabaz de Natal, composto por produtos isentos de glúten e por um livro oferecido pela autora Alexandra Gameiro, e com um lanche sem glúten, como é habitual dos encontros da APC.

Jantar de Natal

O APC jovens tem o prazer de convidar todos os jovens celíacos e participantes do nosso blog para um Jantar de Natal a realizar-se no dia 12 de Dezembro, pelas 21 horas, no Restaurante Moinho Alentejano. O restaurante pertence a Helena e Ângelo Pereira, pais de uma jovem celíaca, pelo qual garantimos a segurança dos alimentos.Agradecíamos que confirmassem o mais cedo possível, através de um e-mail para semespiga@gmail.com.
+/- 15euros p/pessoa

Restaurante Moinho Alentejano
Rua José Martins Vieira, 2-B, Almada
R.S.F.F. (até 8 de Dezembro)

Ricardo S.

05/12/2008

NOGLUT

Bolo de Caramelo

Mais um bolinho para o livro de receitas...




Ingredientes:
- 5 Ovos
- 2 Chávenas de açúcar
- 2 Chávenas de farinha
- 1 Colher de chá de canela
- 6 Colheres de sopa de caramelo
- 1 Chávena de leite
- Meia chávena de óleo
- Fermento
Preparação:
Batem-se as claras em Castelo. Juntam-se todos os ingredientes, mexendo sempre (o último ingrediente a acrescentar são as claras). Unta-se a forma e vai ao forno (170º) a cozer.


Boas receitas!!
Daniela B.

03/12/2008

Sabes que tens a doença celíaca quando...


- não te lembras a que sabem as bolachas de água e sal.

- levas cerveja “especial” para uma festa e não partilhas.

- tens pesadelos sobre leitura de rótulos.

- comparas todos os teus alimentos à "comida das pessoas normais".

- ligas a todos os teus familiares e amigos quando ficas doente porque deves ter comido alguma coisa contaminada em casa deles.

- choras quando descobres uma nova maneira de fazer pão sem glúten. E ligas para todos os teus familiares e amigos a contar a novidade.

- sabes o que é goma xantana.

- não lambes selos.

- a tua mãe está com medo de cozinhar.

- sabes que o espelta é um primo distante do trigo, mas que o trigo sarraceno nem sequer é da mesma família.

- choras de alívio ao ver a expressão "sem glúten" carimbada na embalagem de um produto.

- vendeste a tua casa para comprar produtos de mercearia.

- vendeste o teu primeiro filho para comprar produtos de mercearia.

- podes encontrar glúten 'escondido' nos rótulos dos alimentos, só ao olhar de relance.

- tiveste que dar um curso intensivo a um médico em “Introdução à Doença Celíaca”.

- choras em piqueniques, festas, recepções e restaurantes de fast-food.

- choras ao pequeno-almoço, almoço e jantar.

- levas um tupperware com comida para um jantar elegante.

- já conduziste mais de 40 quilómetros para comprar farinha ou bolachas.

- demoras 4 horas no supermercado e a tua vista sofre com isso.

- começas a hiperventilar ao passar por uma padaria.

- pagarias de bom grado qualquer preço por um salgado que não saiba a serradura, ou pão que
não saiba a sola de sapato.

- tiveres deserdado entes queridos por colocarem as tuas facas no SEU frasco de maionese.

- levas uma mala cheia de comida quando viajas.

- descobriste como fazer farinha a partir de nabos.

- lês o rótulo com os ingredientes num pacote de chá verde: chá verde simples.


Autor desconhecido


Acrescente os seus "sei que" nos comentários.


Obrigada pela sugestão Cláudia :)

29/11/2008

Encontro de Natal

Imagem retirada de: http://livroportuguessemgluten.blogspot.com/


O grupo de jovens da APC vai fazer a sua apresentação aos sócios, pela primeira vez, dia 6 de Dezembro, no Encontro de Natal, a realizar no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Leiria, localizado na Rua General Norton de Matos.

O encontro tem início às 15h, começando com o lançamento do livro 100% Sem Glúten – Receitas para uma alimentação saudável, de Alexandra Gameiro, seguido de uma sessão de autógrafos. Em seguida será realizada uma apresentação da Dr.ª Marina Pité, intitulada Glúten – dos conceitos ao trabalho no INSA. Para as 16:40h está prevista a discussão do plano de actividades e orçamento para 2009, no âmbito da Assembleia Geral Ordinária.

Como iniciativa do grupo de jovens, vai ser sorteado um cabaz de Natal, composto por produtos isentos de glúten e por um livro oferecido pela autora Alexandra Gameiro, para o qual vão ser vendidas rifas. Todas as receitas revertem a favor da APC, pelo que pedimos a contribuição de todos os sócios e também não-sócios presentes no encontro.

Há ainda a possibilidade da participação da tuna “Tunos de Leiria” no evento, a qual ainda não está confirmada. Por fim, haverá um lanche sem glúten, como é tradição dos encontros da APC.

Podem consultar o percurso, com início na sede da APC, aqui:
http://maps.google.pt/maps?f=d&saddr=Ameixoeira,+Lisboa,+Portugal&daddr=Rua+General+Norton+de+Matos,+Leiria,+Portugal&hl=pt-PT&geocode=&mra=ls&sll=39.399872,-8.224454&sspn=11.572837,19.6875&g=portugal&ie=UTF8&z=9

A presença de todos é bem vinda, por isso não faltem!
Vanessa D.

27/11/2008

Sabia que…



Sendo este um espaço de partilha, achámos que seria útil publicar algumas informações que, apesar de algumas pessoas já terem conhecimento, podem não estar disponíveis a todos.

Assim queríamos divulgar o nosso direito enquanto celíacos, da isenção de pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde. No Portal da Saúde (
http://www.portaldasaude.pt/Portal/) vem referido que “Beneficiários de abono complementar a crianças e jovens deficientes” estão isentos do pagamento destas taxas.

Esta informação leva-nos a um outro direito dos doentes celíacos menores de 24 anos ou que não estejam a trabalhar e façam parte do grupo etário referido: receber o abono complementar por deficiência (embora a DC não seja uma deficiência nem os celíacos deficientes, como sabemos e sentimos, é esta a designação utilizada).

Certamente haverá outras formas de chegar até estes benefícios mas no meu caso o médico que me acompanhava passou uma declaração a dizer que eu era doente celíaca e entreguei a declaração na Segurança Social.

Relativamente à isenção, foi “caída do céu” pois apareceu-me uma carta em casa a dizer que tinha direito a ela, bastava apresentar aquele papel e ir ao Centro de Saúde para entregar o cartão antigo a fim de receber um novo (depois tive imenso tempo só com o papel, até chegar o cartão com o símbolo de isenção, mas não me posso queixar…).

Se ainda não está abrangido por estes benefícios é melhor informar-se com o seu médico ou procurar mais informação no Portal da Saúde ou no site da Segurança Social (
http://www2.seg-social.pt/), por exemplo. Muitas vezes os próprios médicos não estão informados acerca destas possibilidades mas tente informar-se pois temos direito de acesso a elas.

Daniela B.

25/11/2008

Noglut

Um pouco na sequência do post anterior, onde foram referidas as dificuldades para encontrar um pão com gosto e textura semelhante ao pão com glúten, pareceu-nos oportuno publicar esta receita que, segundo as nossas papilas gustativas, é aquela que mais se assemelha à do pão "original".

Já a receita, de originial tem muito pouco uma vez que é aquela que está descrita na parte posterior da embalagem da farinha mixB da Schar, apenas com algumas alterações.

Eu, que escrevo este post, fui diagnosticada depois de ter passado 18 anos da minha vida a comer pão de trigo e, a receita que aqui apresento, é a única que verdadeiramente me agrada! Chega de pão de esferovite, fica aqui o Santo Graal dos celíacos! =)





Ingredientes:

- 500g de farinha MixB da Schar,
- 1 colher de chá de sal,
- 10g de fermento seco ou 15 gramas de fermento fresco,
- 6g de óleo (mais ou menos uma colher mal medida),
- 500ml de água morna,
- margarina para untar a forma,
- pão ralado sem gluten para polvilhar a forma (e fazer uma côdea estaladiça).



Preparação:

Misturar bem a farinha com o fermento juntando, em seguida, o óleo, o sal e a água. Misturar os ingredientes até obter uma massa homogénea (eu mistura à mão mas este aspecto terá que ficar ao critério de cada um). Colocar a massa numa forma previamente untada com margarina e polvilhada com pão ralado sem gluten, alisando a superfície. Cobrir com um pano húmido e deixar levedar num lugar quente, até que a massa atinja o dobro do volume.

Aquecer previamente o forno a 200ºC e colocar um recipiente com resistência ao calor, com água, na prateleira inferior do forno. Quando alcançada a temperatura pretendida, colocar a forma no forno e deixar cozer durante 50minutos. Não abrir a porta do forno enquanto o pão estiver a cozer.

Esperar que arrefeça antes de fatiar.

Bom apetite!

Carmen G.

23/11/2008

Se(r)líaco - Cláudia (Braga)




Despensa do pequeno celíaco


Quando me pediram para escrever sobre como é ser mãe de uma “criança celíaca”, enfrentei a folha de papel branco sem saber o que escrever porque raramente penso no meu filho de dois anos e meio nesses termos. As preocupações diárias estão sempre presentes, mas sempre bem geridas.
Para mim e para o Pai, o diagnóstico foi a luz ao fundo do túnel. Apesar de terem passado “apenas” quatro meses entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a detecção da doença celíaca, foi um período de angústia e luta com a sua pediatra que via no Lucas nada mais do que um menino muito dado a viroses (infelizmente, a comunidade médica não conhece bem esta doença).
Por pressão nossa, os exames foram feitos e a sentença dada. Cansados das incertezas e do sofrimento dos filhos, alívio é, por certo, o sentimento que todos os pais sentem quando são confrontados com este diagnóstico. Quando a médica especialista me ligou com o resultado da biópsia teve o cuidado de me dizer que eram boas notícias e tinha razão. Aparentemente, o Lucas deixava de comer pão, bolos e massas e a sua saúde iria regressar, sem mais medicamentos ou exames.
O dia-a-dia do pós-diagnóstico revelou-se um pouco mais complicado do que esperado quando comecei a pesquisar e vi todos os alimentos que lhe estariam vetados. Para além disso, existia o perigo da contaminação cruzada. Até a aparentemente inócua plasticina poderia ser um perigo nas pequenas mãos do meu menino.
Os primeiros produtos sem glúten que comprámos revelaram-se caros e hipercalóricos, a massa uma decepção, o pão intragável. Aí o coração de mãe começou a bater mais depressa: o que é que ele vai comer? Como será na creche? E nos restaurantes? E as festas de aniversário dos amiguinhos? Eventualmente aprendemos a contornar estas pedras no caminho sem glúten.
O pessoal da creche ficou tão contente de o ver recuperar que fizeram tudo como lhes expliquei de modo a garantir uma alimentação segura para o Lucas. Os restaurantes evitam-se e quando não se consegue, uma conversa simpática com o empregado resolve a situação. Para as festinhas, leva-se um “farnel sem glúten” e o Lucas, na sua inocência, nem se apercebe da diferença. Mais tarde saberá e espero que aprenda a viver com isso, mas nestes sete meses que passaram desde o diagnóstico, a dieta sem glúten deixou de ser o bicho-papão que parecia e tornou-se quase numa segunda natureza.
Neste preciso momento, o único desafio é encontrar uma receita de pão que lhe agrade, estando a máquina do pão lá de casa a trabalhar em laboração contínua, fornada atrás de fornada, misturando quinoa, fécula de batata, farinha maizena e goma xantana, à procura do Santo Graal dos celíacos, um pão que não saiba a cartão.
Apesar de viver diariamente com as exigências de uma dieta sem glúten, vejo o meu filho apenas como uma criança saudável que gosta de brincar e rir como as outras, e que só difere na alimentação que faz. Quando for ele a lidar conscientemente com a sua doença, terá talvez os seus momentos de frustração, os momentos em que pensará que é diferente dos outros, os momentos em que deixará de cumprir a dieta porque não se lembra do mal que passou.

É essa a minha maior preocupação: o surgimento da doença tão precocemente não lhe dará as lembranças necessárias para querer evitar o glúten a todo o custo. Para ele, a única prova palpável da sua doença será o relatório da biópsia a que foi submetido.

Assim, o principal desafio que nós, pais, temos é mentalizá-lo de que as bolachinhas do Afonso ou o pão-de-leite da Lara “fazem dói-dói à barriguinha do Lucas” enquanto lhe damos alternativas igualmente saborosas e que o ajudarão a crescer muito e bem.

21/11/2008

Jantar de Natal

O APC jovens tem o prazer de convidar todos os jovens celíacos e participantes do nosso blog para um Jantar de Natal a realizar-se no dia 12 de Dezembro, pelas 21 horas, no Restaurante Moinho Alentejano. O restaurante pertence a Helena e Ângelo Pereira, pais de uma jovem celíaca, pelo qual garantimos a segurança dos alimentos.

Agradecíamos que confirmassem o mais cedo possível, através de um e-mail para semespiga@gmail.com.
Para o jantar cada participante deverá levar um presente surpresa, no valor máximo de 5€, para que, no final, seja realizada uma pequena troca de prendas.


Restaurante Moinho Alentejano
Rua José Martins Vieira, 2-B, Almada
R.S.F.F. (até 8 de Dezembro)

Ricardo S.

19/11/2008

NOGLUT...

Mais uma receitinha ;)



Bolo de azeite e mel
Ingredientes:Ø 200 g de açúcar
Ø 200 g de farinha (cerca de 150g de farinha de milho e 50g de Maizena)
Ø 1 colher de chá de fermento
Ø 4 ovos
Ø 2 dl de azeite
Ø 2 dl de mel mal medidos
Ø 1 colher de café de erva-doce moída
Ø 1 colher de café de canela em pó

Preparação:
Deita-se numa tigela o açúcar, o mel, o azeite e os ovos. Depois de se ter batido muito bem, juntam-se a erva-doce, a canela e por fim a farinha, batendo sempre. Vai ao forno a cozer em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha, cerca de quarenta minutos.






Boas receitas!!





Daniela B.

17/11/2008

Notícias...

Clicar no mapa para ver em grande

Todos os celíacos do Alentejo conhecem as dificuldades inerentes à aquisição de produtos sem glúten. Nós, os jovens celíacos da APC, também as conhecemos e, por isso, em conjunto com a associação, temos procurado criar algumas condições para que o acesso aos produtos isentos de glúten seja mais fácil.


É com muito agrado que informamos que demos o nosso primeiro passo. Assim, o Espaço Saúde, situado na Avenida da República n.º114, em frente ao restaurante “O Pastor”, em Vendas Novas (distrito de Évora), aderiu à causa celíaca e, a partir de agora, é possível a aquisição de todos os produtos da marca Shär, com desconto de 5% sempre que apresentado o cartão de sócio da APC.


O contacto do “Espaço Saúde” é 265805072 e este estabelecimento aceita encomendas!

Boas compras!
Carmen G.

16/11/2008

Ce(r)líaco

Decorria um quente dia de Julho quando eu, uma miúda feliz que comia hambúrgueres, pizzas e gelados à discrição, descobri que era celíaca. Pergunta: “O que é isso?”. Até aí, glúten para mim era apenas uma palavra na caixa da Cerelac!

Voltando um pouco atrás, há já alguns meses que eu tinha sintomas, ficava muito enfartada depois de cada refeição, demorava horas a fazer a digestão e raramente tinha fome. Apesar de nunca ter deixado de comer, fui perdendo peso, mas mesmo assim não prestei muita atenção. Estava a tomar comprimidos para a circulação (para tentar evitar o mal das frieiras que se abate sobre mim todos os Invernos!), os quais têm como efeito secundário o enfartamento. Pensei que estava explicado.

Um dia, fartei-me de andar assim e fui ao médico. A médica que me viu disse que eu podia ter uma gastrite ou uma úlcera e mandou-me fazer uma endoscopia para confirmar.Passados uns dias, lá estava eu no hospital, à espera do bom do exame e com os nervos à flor da pele. Valeu-me o apoio da minha mãe, que sempre me ajudou e apoiou na vida, e que, naquele dia, fez o seu melhor para me animar, quando também ela estava preocupada.

E foi este o dia em que ouvi pela primeira vez as palavras “Doença Celíaca”, pois tinha sido esse o diagnóstico feito pela Dra. Cristina Lobato, faltava apenas confirmar com o resultado da biopsia.A Dra. Cristina falou-me da APC e deu-me o contacto de outra das suas pacientes, que também era celíaca e que me podia ajudar. E não é que encontrei mesmo uma rapariga simpática que logo se prontificou a dar-me dicas úteis? (Não é, Carmen?!)

Esse ano de 2007 foi também o ano em que entrei para a faculdade e tive de aprender a gerir a vida de universitária com uma dieta isenta de glúten, o que até não se revelou tão difícil como eu pensava. Passei a levar almoço quando tenho de almoçar na faculdade e para onde quer que vá, levo sempre um pacote de bolachas comigo. Descobri que existem coisas sem glúten bastante saborosas!

Agora, as minhas amigas já estão habituadas ao meu comer “diferente”, apesar de haver ainda pessoas que pensam que eu só como refeições de dieta e bolachas secas. Faço o meu melhor para as informar e riu-me do assunto.Em casa, tenho um armário exclusivo para os meus produtos e a minha mãe continua a fazer a “comidinha” que eu gosto, bastando um pequeno ajuste de receitas.

Apesar de estar privada de algumas coisas, a vida como celíaca não é assim tão má. De facto, o maior passo a dar, e provavelmente o mais difícil, é levar a sociedade a conhecer e a aceitar esta nossa condição de celíacos, para que não sejamos vistos como uma pequena franja da população que sofre de uma doença pouco conhecida e “esquisita”.
Vanessa D.

12/11/2008

NOGLUT...

Mais uma receita que esperamos faça as delícias...

Lasanha “à la mãe”

Ingredientes

- 1 pacote de massa de Lasanha
- Refogado
Cerca de 750g de carne picada
1 cebola
3 dentes de alho
Sal q.b.
Azeite q.b.
Vinho q.b.
- Molho Bechamel
1 colher de sopa de margarina
1 colher de sopa (bem cheia) de farinha Maizena
1 chávena de leite quente
1 pacote de natas
Sumo de metade de um limão
Sal q.b.


Preparação
Refogar tudo em cru, até a carne cozer.

Molho Bechamel
Derrete-se a margarina, coloca-se a farinha e junta-se o leite bem quente, mexendo sempre para não encaroçar. Deixa-se ferver um bocadinho, põe-se o sal (fino), junta-se as natas e o sumo do limão. Deixa-se ferver mais um bocadinho.
Nota: se a farinha encaroçar, passar com a varinha mágica.

Num tacho de água a ferver com sal, colocar a massa 4 a 5 minutos a cozer.

Num tabuleiro, colocar uma camada de massa e de carne (e se gostar, uma fatia de queijo). E assim sucessivamente.
Por fim colocar o molho Bechamel e, se gostar, queijo ralado.
Levar ao forno ou microondas para tostar.


Dicas e truques são sempre bem-vindos ;)


Bom apetite!!


Daniela B.

09/11/2008

Curiosidades

Para começar da melhor maneira a semana, o mais fino humor sem glúten.
Para ver ou rever, o excerto do programa "Zé Carlos " dos Gato Fedorento, onde a doença celíaca assume protagonismo!




Boa semana!

04/11/2008

Pão de Forma (1 Kg)


Receita actualizada a 22/04/09



Tempo de preparação: 15 min.
Tempo de cozedura: 30-40 min.


Ingredientes

leite, a quantidade necessária
50g de levedura fresca
10g de sal
1 colher de sopa de açúcar
200g de amido de milho (maizena)
200g de polvilho azedo
150g de leite em pó
1 ovo
6 colheres de sopa de óleo


Preparação

Aqueça o leite (no máximo até 40º), junte a levedura, o sal e o açúcar e deixe espumar. Misture o amido de milho, o polvilho azedo e o leite em pó. Junte aos ingredientes secos o ovo, o óleo e a espuma que se formou com a levedura.


Misture tudo até ficar com uma massa semi-espessa que dê para bater com uma colher. Deite a massa numa forma (de preferência com tampa) previamente untada, envolva-a com papel aderente e cubra com um pano. Guarde num local sem correntes de ar durante 20-25 min.
Depois de a massa levedar (quando faltar um dedo, a dedo e meio, para chegar ao topo da forma) coza-a entre 105º e 130º durante 30-40 min.

31/10/2008

Ser amigo de um celíaco é ser celíaco também...

Tatiana, Carmen (celíaca) e Susaninha

A doença celíaca, dentro do nosso grupo de amigos, era desconhecida por grande parte destes. Não é daquelas doenças que se ouça falar muito. Não sabíamos o que era, nem porque era, nem como era… E mesmo quando confrontados com a ideia de que o controlo da doença passa por uma dieta sem glúten, muitos questionavam-se sobre quais os alimentos que contêm, e não contêm, glúten.


Apesar destas incertezas, desde o início, a adaptação dos amigos foi fácil. Claro que, por vezes, esquecíamos que não podíamos oferecer um pouco do chocolate ou do bolo que estávamos a comer, mas um amigo celíaco faz sempre questão de nos lembrar e reforçar que não pode comer o que lhe oferecemos. Rapidamente a nossa alimentação passou a ter em conta as quantidades de glúten presente em cada alimento, tanto que quando apetece petiscar umas batatas fritas trazemos umas tiras de milho porque sabemos que as podemos oferecer e que o nosso amigo aceita com um brilho nos olhos.

Quando é diagnosticada a doença celíaca, toda a vida do nosso amigo sofre uma destabilização. E cabe aos amigos e à família apoiar no sentido de estabilizar a vida do amigo celíaco. Pela nossa experiência, a nossa amiga celíaca, antes do diagnóstico, era uma pessoa magra, pálida, com falta de força e de vontade. Ao vê-la assim e após cada má disposição, tentávamos estabilizá-la com torradinhas e chá, sem sabermos o mal que lhe fazíamos. Com o diagnóstico o choque foi grande, as lágrimas foram muitas e a adaptação foi difícil, contudo as melhorias saltaram à vista. Tornou-se numa pessoa com força, com vontade de viver, feliz e em harmonia consigo e com os seus alimentos sem glúten. Isto leva-nos a crer que embora a mudança seja difícil, vale a pena o esforço.

Ser amigo de um celíaco é tornarmo-nos celíacos também. Com isto queremos dizer que passámos a saber quais os alimentos proibidos, olhámos os rótulos de outra maneira, as festas de anos têm sempre um bolo de aniversário sem glúten, os jantares de grupo têm sempre um pedido persuasivo de dieta especial (arroz sem knorr, cozido apenas em água e sal e bife de perú grelhado só com sal e alho, desde que não seja em pó)… E vivemos muito bem com isso!
*
Susaninha e Tatiana P. (amigas da Carmen)

29/10/2008

Alimentação saudável na Doença Celíaca

A base do tratamento da DC é uma dieta sem glúten. Só excluindo totalmente da alimentação esta proteína, bem como os seus derivados, é possível impedir o reaparecimento de lesões intestinais nos celíacos. A dieta deve ser permanente e feita de forma saudável e equilibrada. Porém, os cuidados a ter com a alimentação não passam simplesmente por excluir o glúten da dieta.
Uma alimentação saudável, equilibrada e adequada a cada indivíduo, é essencial para satisfazer todas as necessidades do organismo em nutrientes. A base de uma alimentação saudável está na variedade e no respeito pela pirâmide alimentar mediterrânica.
Importante não esquecer que a exclusão do glúten da dieta não obriga a exclusão de alimentos, mas sim à sua substituição por outros do mesmo tipo, confeccionados com os cereais permitidos (sendo estes alimentos semelhantes em termos nutricionais).
Uma alimentação variada e equilibrada, principalmente durante a infância, é essencial para permitir um normal desenvolvimento e crescimento, bem como para prevenir uma série de problemas de saúde ligados à alimentação, como a anemia, o atraso de crescimento, a cárie dentária, a malnutição, a obesidade, a diabetes, etc.
Cuidados, como praticar exercício físico e ter bons hábitos alimentares, contribuem para viver melhor os anos futuros, e os celíacos não são excepção!

Recomendações para uma alimentação Saudável:
· Fazer pequenas refeições várias vezes ao dia (5 a 6 refeições diárias), evitando estar mais de três horas sem comer;
· Procurar fazer uma alimentação o mais variada possível;
· Começar o dia com um pequeno-almoço completo e saudável;
· Comer devagar, mastigando bem os alimentos;
· Preferir o pão às bolachas ou bolos;
· Aumentar o consumo de fibras, pois são essenciais para o normal funcionamento do sistema digestivo e ajudam a diminuir a absorção das gorduras. Os alimentos mais ricos em fibras são os Cereais integrais (ex:pão, massa, arroz integral); leguminosas (ex:grão, ervilhas, feijão) legumes e frutas, de preferência com casca;
· Comer cerca de 2-4 peças de fruta por dia;
· Iniciar as refeições principais com sopa de legumes ou leguminosas;
· Acompanhar as refeições principais com legumes cozidos e/ou saladas;
· Comer, preferencialmente, produtos lácteos magros como leite magro; iogurtes magros «sem adição de açúcar» e queijos magros;
· Evitar o consumo de produtos ricos em gordura como os produtos de salsicharia e de charcutaria, fritos, panados, etc;
· Prefir o consumo de peixe ao da carne;
· Optar pelas carnes brancas às carnes vermelhas;
· Retirar as peles e gorduras visíveis da carne e do peixe antes de cozinhar;
· Substituir as gorduras animais (manteiga e banha) por gorduras vegetais (margarina vegetal e preferencialmente o azeite para culinária);
· Evitar fritos e guisados e optar por grelhados, cozidos (em água ou a vapor), estufados e assados sem molho;
· Comer apenas até se sentir satisfeito(a);
· Evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Se consumir opte por um copo de vinho tinto por dia;
· Beber diáriamente cerca de 1,5 a 2 litros de água;
· Praticar exercício físico diariamente (minímo 30 minutos de caminhada).

24/10/2008

Seminário "Glúten e Segurança Alimentar"

Imagem retirada daqui: http://grito-rbu.blogspot.com

No passado dia 14 de Outubro, ao longo de todo o dia, realizou-se o seminário “Glúten e Segurança Alimentar” no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).


Este seminário teve como objectivos mostrar a realidade (possível) da doença celíaca (DC) em Portugal, através de apresentações sobre conceitos teóricos da DC, o seu diagnóstico, de como é ser celíaco e quais as principais dificuldades com que este se depara; como se processa o controlo e segurança alimentar nos sectores da produção e distribuição de alimentos tendo em conta a especificidade da dieta celíaca, onde intervieram diferentes empresas que trabalham nesta área (Sense Test, Ramazzoti, Moagem Ceres, Dietimport, Modelo/Continente, Grupo Auchan e Cateringport); e qual o panorama da fiscalização e controlo de alimentos sem glúten, estando presentes para o efeito, responsáveis da Direcção Geral de Saúde (DGS) e da Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Ao longo do período em que pudemos acompanhar o evento (à tarde tive que me ausentar), foi possível registar um conjunto de ideias sobre a temática abordada, sendo as seguintes as de maior relevo:

- O estudo efectuado pela Dr. ª Marina Pité (INSA), revelou que tanto as farinhas de arroz como as de milho analisadas, continham valores de glúten acima do recomendado, devendo-se este facto à contaminação, a partir da elaboração de outras farinhas no mesmo local. Referiu ainda a falta de rigor das rotulagens, sendo que em muitos produtos vem indicado “poderá conter vestígios de glúten” e a posterior análise revela a sua ausência, restringindo a oferta de produtos aos celíacos;

- A apresentação do Dr. Paulo Ramalho (Faculdade de Medicina de Lisboa), focando-se nos mecanismo da DC, reforçou o estado crónico desta e que a terapêutica resume-se a uma dieta isenta de glúten, referindo o conjunto preocupante de pessoas que não estão diagnosticadas, visto estarem com a DC num estado “silencioso”;

- O Dr. Mário Rui (ex-presidente da APC), também referiu o potencial número de celíacos que não estão diagnosticados como um dos maiores desafios da associação e que as prioridades desta são o rastreio da DC na população Portuguesa em todas as faixas etárias e o aumento da segurança e controlo alimentar nas empresas que produzem e distribuem alimentos. Foram ainda enumeradas um conjunto de dificuldades com que o celíaco se confronta, como a falta de menus sem glúten, o desconhecimento da maioria dos hotéis, restaurantes e pastelarias acerca da DC e o que isso acarreta para o celíaco, e ainda a deficiente distribuição dos produtos sem glúten, sendo muito difícil a aquisição fora dos grandes centros urbanos. A sua apresentação foi concluída, referindo como soluções futuras, a APC funcionar como entidade creditada para a formação, controlo e acompanhamento na área da segurança alimentar relativamente ao glúten; as empresas do sector alimentar serem responsabilizadas pela análise aos seus produtos; e ainda o aumento de celíacos diagnosticados sócios para a APC defender melhor os direitos dos celíacos;

- A Dr.ª Diana Veloso e Silva (Hospital de S. João), falou da sua experiência no trabalho com celíacos, apontando como principais dificuldades ao cumprimento da dieta, a falta de conhecimento de quem muitas vezes os rodeia, bem como a passagem por determinadas fases da vida (adolescência). Contou também as acções desenvolvidas no seu hospital (acções de formação a Pais, encontros de jovens celíacos, refeições sem glúten) como iniciativas para combater as dificuldades referidas.


João R.

20/10/2008

Ce(r)líaco

Imagem retirada de: http://aspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt/96370.html

Todos temos em comum a diferença. Cada um com a sua cor de cabelo, de olhos, de pele. Cada um com uma altura e largura. Cada um com os seus gostos e, principalmente, cada um é uma mistura única e especial de diferenças.
Se há diferenças que podemos escolher, há outras que nascem connosco, ou se juntam a nós em alguma fase da vida, que nada fizemos para as receber. E o que fazer quando acontece? Bem, não havendo receita secreta, penso que um modo é começar por aceitar e adaptarmo-nos o melhor possível.
Sempre soube que era celíaca e que, portanto, era diferente porque não podia comer tudo o que os outros comiam. Mas também era especial porque tinha comida própria para mim. Quando fui diagnosticada, aos 15 meses, foi muito mais complicado para os meus pais do que para mim. E acho que deve ser o mesmo para todos os pais que de repente ficam com medo do que o filho vai comer e como vai aceitar, isto a juntar com o período em que não se sabe o que o filho tem. Tenho de confessar que para mim, tirando umas quantas situações, não tem sido muito complicado lidar com as particularidades de ser celíaca. A família faz comidinha sem glúten e ninguém se importa. Os amigos percebem e não implicam. As outras pessoas, umas mais disponíveis que outras, mas sem grandes complicações e “bichos-de-sete-cabeças”. E eu, nunca me conheci ou reconheci de outra forma que não fosse sem glúten.
Claro que há algumas dificuldades, que todos nós conhecemos bem (há refeições feitas fora de casa que podem ser uma grande dor de cabeça, já para não falar dos exames intermináveis até se dar com o diagnóstico). Mas também há dificuldades em sermos todas as outras coisas que somos. Sinceramente não acho que ser celíaca seja bom. Assim como não acho que seja mau. É aquilo que é, uma característica que faz, em conjunto com umas quantas outras, quem sou.
Esta é a minha forma de ver a DC e, principalmente, de a viver dia-a-dia.


Esperamos que este seja um espaço de partilha de informação, receitas mas também um espaço de partilha de vivências e experiências. Afinal, sendo todos diferentes, todos temos palavras diferentes para as descrever.
Daniela B.

19/10/2008

II Convívio FACE Jovem


No fim de semana passado, viajei até Brunete, arredores de Madrid, para a II Convivência FACE Jovem, a convite da mesma. O encontro contou com mais de 40 jovens de toda a Espanha e ,pela primeira vez, um português, eu.
O tempo não ajudou, houve alterações de planos mas, no final tudo correu bem, graças à versatilidade e à capacidade de improvisar espanhola.
Durante o dia, havia actividades: jogos de equipa, jinkana, peddy paper, trabalhos-manuais. À noite, “fiesta”!
A dinâmica é a mesma dos Summercamps, o essencial é conhecer novas pessoas, partilhar experiências e discutir a doença. Todos reconhecem a importância destes convívios. Um celíaco, talvez mais em Portugal do que em Espanha, depara-se com dificuldades todos os dias mas, ao não estar só, tem mais força para superar as contrariedades que surgem.

Ricardo S.

17/10/2008

A Génese


Na manhã de 4 de Outubro, um conjunto de jovens celíacos unidos pela vontade de se fazer ouvir encontraram-se na sede da Associação Portuguesa de Celíacos (APC). Ana, Carmen, Daniela, João, Maria, Marta e Ricardo juntaram vontades comuns e iniciaram o que se espera ser um grande passo para o desenvolvimento e abrangência da APC. Com o contributo imprescindível da dietista Rita, que exerce as suas funções na sede, a reunião desenrolou-se de maneira muito dinâmica e entusiasta.


A partir de uma iniciativa individual (Ricardo integrou os recentes Summercamp da associação europeia de jovens de Celíacos - Coeliac Youth of Europe -, sendo nomeado o delegado do nosso país), surgiu a necessidade de aglutinar jovens celíacos portugueses que com a sua energia e dinamismo pudessem funcionar como elemento operacional das iniciativas da APC, bem como dinamizar eventos para uma população celíaca entre os 16 e 30 anos. Desta forma, formou-se o grupo de jovens celíacos das APC, que não actuando exclusivamente para o target referido, pretende trabalhar nas situações a ele associadas.


Como primeira medida e no sentido de dar maior visibilidade ao grupo e aumentar a interacção com os restantes sócios, surgiu a ideia de construir um blog (http://sem-espiga.blogspot.com/). Este espaço virtual pretende funcionar como meio interactivo entre o grupo de jovens celíacos portugueses e o resto do mundo, no sentido de partilhar experiências, informação, divulgação de eventos, e fundamentalmente dar “voz” à pessoa que tem esta intolerância.


Outro dos pontos discutidos durante a reunião foi a necessidade de elaborar uma lista de locais de compra de produtos sem glúten, restaurantes e estruturas de apoio ao celíaco em território português de forma aproximar a APC dos companheiros europeus e integrar estas informações no sitio da associação internacional de celíacos (Association of European Coeliac Societies). No seguimento desta proposta, o Ricardo falou da possibilidade de Portugal organizar o Summercamp (encontro internacional de celíacos) em 2010. A sugestão foi recebida unanimemente de forma positiva, disponibilizando-se todos os presentes a colaborar na organização. Esta acção da APC, dado a sua importância será alvo de actualizações periódicas no blog, informando-se os leitores da respectiva evolução da iniciativa.

A vontade de partilhar histórias, problemas e curiosidades de cada um acerca da doença, fez com que a reunião muitas vezes fosse nesse sentido. Este facto, levou a concluir-se que uma das primeiras iniciativas do grupo de jovens da APC, seria um encontro informal com o maior número destes de forma a poder-se partilhar as situações com que cada celíaco se depara. Esperamos, em breve, divulgar em que consiste esta iniciativa.

Depois de algumas horas de animada e participada reunião, distribuíram-se tarefas pelos presentes e deu-se por concluído o encontro. Todos abandonaram a sede com elevada motivação e vontade de dinamizar o grupo e consequentemente a associação, tendo como objectivo maior o aumento da visibilidade dos celíacos e das suas particularidades.


João R.

14/10/2008

NOGLUT...

Inauguramos hoje o nosso espaço culinário. Esta semana foi semana de BOLO DE BANANA, feito com a farinha MixB da Shar (eu sei que a MixB, supostamente é para pão mas, na verdade, os bolos saem-me sempre melhor com esta)!


(Fotografia de fraca qualidade mas bolo delicioso...)
Ingredientes:

- 3 ovos
- 400g de açúcar
- 360g de farinha mixB (Shar)
- 200g de margarina amolecida
- 3 bananas
- 3dl leite
- 1 colher de essência de baunilha (opcional)
- 1 colher de chá de fermento sem glúten
- Margarina para untar a forma
- Farinha sem glúten para polvilhar a forma


Modo de Preparação:

1. Ligar o forno a 180º;
2. Untar a forma com margarina e polvilhar com um pouco de farinha;
3. Numa tigela, bater bem a margarina, com o açúcar e as gemas até ficar um creme liso ;
4. Juntar o leite, a farinha, o fermento e a baunilha e bater bem;
5. Adicionar as claras batidas em castelo e misturar delicadamente, vertendo, depois, a mistura para a forma;
6. Descascar as bananas, cortá-las em rodelas e espalhar as rodelas por cima da massa;
7. Levar ao forno a cozer durante 50min (os bolos realizados com farinha sem glúten necessitam de mais algum tempo no forno que os bolos feitos com as restantes farinhas);
8. Verificar a cozedura com um palito;
9. Retirar do forno, desenformar, deixar arrefecer um pouco e...
BOM-APETITE!
Carmen G.

Índice de Receitas

Pão
Pão de Forma (Amido de Milho e Amido Azedo)
Pão de Forma (Mix Schär)



Pratos principais
Calulu de peixe

Gratinado de legumes com millet
Lasagna "à la mãe"
Massa Estudante

Pizza Alentejana
Tortilha de Gambas e Tomate



Sobremesas

Azevias


Bolachas de Natal

Bolo de Azeite e Mel
Bolo de Banana
Bolo de Caramelo
Bolo de chocolate com amêndoas e natas
Bolo de Chocolate e Avelãs
Bolo de Laranja
Bolo Rainha sem glúten à moda da Carla

Broas Castelares


Broas de Espécie
Broas de Mel
Coscorões
Filhós da Tia Céu
Folar de Requeijão
Molotof
Queijadas de Leite
Rissóis
Tarte de Maçã da Mãe Lurdes
Tarte de Pastel de Nata

Torta Fofa de Chocolate
Tronco Castanheiro

10/10/2008

Doença Celíaca - visão geral

(A imagem do iceberg, idealizada por Richard Logan em 1991, significa que a prevalência da Doença Celíaca é o total do iceberg. Tudo o que está abaixo do nível da água representa o número total de casos não diagnosticados numa dada população num dado momento, enquanto a ponta do iceberg, acima do nível da água, representa o número de casos diagnosticados, que é muito menor do que os não diagnosticados).

A doença celíaca é uma perturbação hereditária relativamente frequente, provocada por uma sensibilidade ao glúten, uma proteína que se encontra no trigo e no centeio e, em menor grau, na cevada e na aveia. Na doença celíaca, parte da molécula do glúten combina-se com anticorpos no intestino delgado, fazendo com que a mucosa intestinal, que normalmente tem uma forma de escova, se aplane. A superfície lisa resultante é muito menos capaz de digerir e de absorver nutrientes. Quando os alimentos que contêm glúten são eliminados, a superfície normal em forma de escova normalmente reaparece e a função intestinal volta a normalizar-se.



A doença celíaca pode começar em qualquer idade. Nos lactentes, os sintomas não aparecem até se ingerirem pela primeira vez alimentos que contenham glúten. A doença celíaca muitas vezes não provoca diarreia nem fezes gordas e uma criança pode ter só sintomas ligeiros, o que pode ser interpretado como a sintomatologia de simples queixas estomacais. No entanto, algumas crianças deixam de crescer com normalidade, sofrem distensão abdominal dolorosa e começam a eliminar fezes volumosas, de cor pálida e fétidas. Desenvolve-se anemia como consequência da deficiência de ferro. Se o valor das proteínas no sangue descer o suficiente, a criança retém líquidos e os tecidos podem inchar (edema). Em alguns, os sintomas não surgem até ao estado adulto.


As deficiências nutricionais resultantes da má absorção na doença celíaca podem provocar sintomas adicionais. Estes incluem perda de peso, dor nos ossos e sensação de formigueiro nos braços e nas pernas. Algumas pessoas que desenvolvem a doença celíaca na infância podem ter os ossos compridos e anormalmente arqueados. Dependendo da intensidade e da duração da perturbação, o doente pode ter valores baixos de proteínas, de cálcio, de potássio ou de sódio no sangue. Uma deficiência da protrombina, que é fundamental para o processo da coagulação sanguínea, facilita a formação de hematomas ou de hemorragias persistentes depois duma ferida. As jovens com doença celíaca podem sofrer de irregularidades menstruais.

O médico suspeita duma doença celíaca quando se vê perante uma criança com tez pálida, nádegas atróficas e ventre proeminente, apesar de ter uma alimentação adequada (sobretudo se existir uma história familiar da doença). Os resultados dos exames radiológicos e de laboratório podem ajudar o médico a fazer o diagnóstico. Por vezes é útil uma análise laboratorial que meça a absorção de xilose, um açúcar simples. O diagnóstico é confirmado por meio do exame duma biopsia que mostra um revestimento do intestino delgado achatado e a subsequente melhora do mesmo depois de deixar de ingerir produtos com glúten.

Os sintomas podem surgir até pela ingestão de pequenas quantidades de glúten, pelo que este deve ser totalmente excluído da dieta. O glúten é tão amplamente utilizado nos produtos alimentares que as pessoas com este problema precisam de listas detalhadas de alimentos a evitar e o conselho dum especialista em dietética.


in: Manual Merck
Carmen G.