24/09/2013

Ce(r)líaco

Olá a todos! Chamo-me Sara e tenho 21 anos. Escrevo para vos deixar o meu testemunho enquanto celíaca.
Para poder contar a minha história tive de pedir a maior parte das informações aos meus pais, pois foi-me diagnosticada Doença Celíaca (DC) com 2 anos de idade.
A DC não foi novidade para os meus pais pois a minha irmã, que é mais velha, também é celíaca. Por esta razão, a minha pediatra aconselhou os meus pais a introduzir o glúten na minha alimentação a partir de 1 ano de idade.
Passados alguns meses após introdução do glúten na alimentação, começaram a aparecer os primeiros sintomas: começou-se a notar pouco aumento de peso, abdómen distendido e, por fim, a diarreia.
Os meus pais começaram a perceber que estes sintomas eram muito parecidos com os da minha irmã e desconfiaram que seria DC. Comunicaram logo com a Dra. Inês Pó, a pediatra da minha irmã na consulta de gastroenterologia no Hospital da Estefânia, que entretanto já seguia mais ou menos o meu crescimento. Fiz então as análises necessárias e a biópsia jejunal e foi-me diagnosticada Doença Celíaca em Novembro de 1993.
A partir daí comecei a dieta isenta de glúten sem nunca mais ter problema nenhum.
Entretanto, quando entrei no infantário, os meus pais informaram as educadoras da situação e levavam os meus produtos sem glúten para serem lá confecionados. Nessa altura a DC ainda era muito desconhecida e estranha para as pessoas.
Entretanto quando comecei a escola, desde o 1º ano até ao fim da Universidade, comia nas cantinas e normalmente havia sempre alternativas que eu pudesse comer, caso contrário levava comida de casa. 
Como se sabe, nem tudo é um mar de rosas, e por exemplo, em festas de anos, enquanto todos os meninos comiam as famosas sandes de Panrico, eu não tinha assim muito por onde petiscar. Mas, felizmente, com o passar dos anos, cada vez há mais produtos sem glúten iguais aos outros, o que está cada vez mais a facilitar a nossa vida. Penso que a DC está cada vez a parecer menos um bicho de 7 cabeças e hoje em dia, e desde há muitos anos atrás, não me imagino se não tivesse esta intolerância pois estou já muito habituada e familiarizada.