30/01/2009

Bebidas alcoólicas Sem Glúten



Tomar um copo com os amigos não tem de ser sinónimo de beber água ou sumo toda a noite. Vodka, whisky e gin são algumas das bebidas em que pode acompanhar os seus amigos sem preocupações. O segredo está no processo de fabrico.

Grande parte das bebidas alcoólicas feitas a partir de cereais proibidos (trigo, cevada ou centeio), como o vodka, whisky ou gin, são permitidas numa dieta sem glúten porque são obtidas através do processo de destilação.

A destilação consiste na fermentação dos hidratos de carbono de plantas da qual resultam líquidos alcoólicos, que depois são separados quimicamente. É nesta fase que os péptidos de glúten prejudiciais aos celíacos são eliminados.

A cerveja, tradicionalmente feita a partir de malte de cevada, é uma bebida que é apenas fermentada, portanto contém glúten. O que não o impede de apreciar uma boa cerveja, sem glúten, feita a partir de cereais aptos como o sorgo, trigo sarraceno e lúpulo.

A APC Jovem defende que o consumo de bebidas alcoólicas sem glúten deve ser feito com moderação e apenas por adultos. O consumo excessivo de álcool origina problemas de saúde graves.


Bebidas PERMITIDAS

Aguardente
Bourbon
Brandy
Champagne
Cidra (sem aditivos de cevada)
Conhaque
Gin
Rum
Saké (sem aditivos de cevada)
Tequilha
Vermute
Vinho
Vodka
Whisky
Alguns licores (confirmar lista de ingredientes na embalagem e/ou fabricante)


Bebidas PERIGOSAS


Bebidas com aditivos, como os provenientes de cevada

Alguns licores (confirmar lista de ingredientes na embalagem e/ou fabricante)



Bebidas PROIBIDAS


Cerveja

23/01/2009

NoGlut

E, porque somos jovens, revemo-nos numa cozinha simples, prática e rápida. A receita que escolhemos para esta semana é naturalmente isenta de glúten pois, como frisou a dietista da APC, Rita Jorge, no programa Mundo das Mulheres, existem imensas potencialidades culinárias fora dos típicos produtos de substituição dos alimentos proibidos para os Celíacos.

A receita desta semana é ibérica, fortemente inspirada na culinária de "nuestros hermanos", tendo um tempo médio de preparação de dez minutos e podendo servir como entrada ou como prato principal.



Tortilha de Gambas e tomate


Ingredientes (para duas pessoas):
- 8 gambas cozidas
- 2 tomates maduros pequenos
- 1/2 pimento verde
- 1 cebola
- 1 dente de alho
- azeite
- 3 ovos
- sal q.b.

Preparação:
- Numa frigideira faz-se um refogado com a cebola, o tomate, o pimento e o alho, picados em cubos pequenos (refoga-se com azeite);
- Quando todos os ingredientes já tiverem uma consistência mole desliga-se o lume e aguarda-se entre 2 a 3 minutos;


- Acende-se novamente o fogão, na potência mínima, e por cima do refogado colocam-se as gambas que devem ser cortadas em três partes, de forma a formarem pequenos cubos;
- Aguarda-se cerca de dois minutos e, neste período, em tigela à parte, batem-se os três ovos e coloca-se uma pitada de sal;
- Quando a frigideira estiver bem quente e se ouvir o barulho característico do refogado, adicionam-se os ovos e aguarda-se.

Os cozinheiros mais experientes podem virar a tortilha como se de uma panqueca se tratasse. Os menos experientes (como eu) podem recorrer ao velho truque da tampa de uma panela.

Deve ter-se o cuidado de deixar ambos os lados da tortilha bem tostados.

Fácil, rápido e delicioso.
100% Sem espiga!

Bom-apetite!

Carmen G.

14/01/2009

Ce(r)líaco


Descrito como um bebé birrento, chorão e com uma relação muito difícil com a comida na hora da alimentação, foi a partir dos 10 meses que os sintomas da doença atingiram a sua expressão máxima. Vomitava praticamente tudo o que comia, tinha a barriga muito dilatada, as fezes eram pastosas e com um forte odor e apresentava uma fragilidade cada vez maior. Com sucessivos diagnósticos errados, fruto do desconhecimento generalizado sobre a doença celíaca (DC), a minha situação estava a atingir um ponto de extrema gravidade, quando surgiu a hipótese do meu problema estar no glúten. Como poderia um quadro clínico tão grave, ser resolvido com uma simples dieta (?!) – foi a principal questão com que os meus pais se interrogaram e que os mantinha intranquilos quanto à sua resolução, depois de mais este diagnóstico. Mas este era o caminho. Progressivamente, com a eliminação do glúten da alimentação, recuperei e tornei-me numa criança perfeitamente normal. No entanto, há 20 anos atrás, o conhecimento da comunidade médica sobre a DC era muito reduzido e por indicação do meu pediatra, aos 4 anos iniciei uma alimentação sem restrições para “se observar como o rapaz reagia.” Com a informação, errada, que a doença tinha um carácter transitório, a indicação médica foi posta em prática e sem sintomas visíveis, a DC parecia não ser mais que um “fantasma” que tinha aparecido num pesadelo infantil, mas que estava distante e já fazia parte do passado.

Como o caso, aparentemente ultrapassado na altura, transformou-se numa “doença da família”, pois indirectamente atingia aqueles que estavam mais próximos de mim, o seu nome permaneceu presente em todos que nos rodeavam. Após alguns anos a fazer uma alimentação sem restrições, a minha mãe é confrontada com uma notícia lida por uma amiga sua sobre a DC. Tratava-se de uma reportagem sobre esta doença com uma entrevista do Dr. Paulo Ramalho, onde este afirmava que a DC era para toda a vida. Com o alarme a soar é marcada uma consulta no Hospital de Santa Maria e efectuada a respectiva biopsia…diagnóstico: Doença Celíaca! Com 9 anos, o antigo “fantasma” ganhava de novo vida e passava a ser mais uma parte da pessoa que sou. Com uma naturalidade atenta que hoje percebo ter sido fundamental, pais, irmã e avós encararam a DC como aquele cuidado extra que teria que se ter aquando da alimentação. Sem cenários catastróficos, fados hipocondríacos, todos os que me rodeavam foram informados desta minha particularidade. Assim, restante Família, Amigos, Escola e Desporto sabiam que na hora da comida, o glúten não podia estar presente. Talvez a vivência passada com DC tenha dado a mim e à minha família, as estratégias para que o retomar da dieta tenha sido natural. Agora, com a distância dos meus 25 anos, reconheço que a forma como encarámos este novo capítulo foi fundamental para a forma como vejo a intolerância ao glúten. Atento mas sem condicionar as minhas opções, a responsabilidade sobre a minha alimentação sempre foi algo que assumi e tornou-se muito importante para o cumprimento da dieta.



Mesmo com a perfeita consciência da minha particularidade, nem sempre foi fácil aceitá-la. Os aniversários de amigos, idas a Mcdonalds, os acampamentos, viagens, tornavam a DC num “fardo”, que com a adolescência aumentou de dimensão. E se numa primeira fase, a família teve um papel fundamental, nesta de maior rebeldia, os amigos, assumiram destaque. Compreendendo a minha “diferença”, sempre tentaram minimizar as minhas possíveis limitações, ajudando-me a ultrapassar as dificuldades que surgissem. Sei que neste meu trajecto, a família e os amigos foram fundamentais e aproveito este meu testemunho para agradecer a oportunidade que me deram de ser o que sou!

Hoje, com 25 anos, com um passado cheio de momentos bons e em que a DC nunca foi factor de exclusão dos mesmos, quero transmitir a outros, através deste texto e da minha colaboração na APC Jovem, que a DC faz parte de quem a tem, que deve ser assumida plenamente, de forma responsável mas não obsessiva, que deverá dar-nos oportunidades e não excluir-nos delas, que pode ser uma coisa positiva e não negativa. Termino com um apelo a todos os celíacos, familiares e amigos para se aproximarem mais da APC e apoiarem-na como puderem.

Abraços

João Pereira Rocha


11/01/2009

APC na SIC Mulher



A presidente da APC, Raquel Madureira, e a dietista, Rita Jorge, foram convidadas para participar no talk-show O Mundo das Mulheres, apresentado por Adelaide de Sousa e transmitido na SIC Mulher de segunda a sexta-feira, às 18:50h.

O convite estendeu-se a mais duas pessoas, celíacos de faixas etárias diferentes, que partilhassem a sua experiência com a DC. Deste modo, ficou decidido que um dos elementos da APC Jovem estaria presente, e por unanimidade, a escolhida foi a Carmen. Estará também presente Rosa Cotter Paiva, mãe de uma criança celíaca e Alexandra Gameiro, autora do livro 100% Sem Glúten – Receitas para uma alimentação saudável, numa das rubricas do programa.

No âmbito de um programa televisivo que se intitula “prático, útil e essencial”, o objectivo desta participação é a divulgação da Doença Celíaca e da APC, bem como o relato de percursos de vida marcantes e pertinentes para a actualidade.

Esperamos que com a divulgação da DC a nível nacional um maior número de pessoas tome conhecimento desta realidade e que mais portas se abram para outros convites e, consequentemente, para uma divulgação a um nível mais amplo.

A transmissão decorrerá em directo dia 13 deste mês, próxima terça-feira, às 18:50h. Repete na quinta-feira, dia 15, às 06:30h e às 10:30h e, à noite, às 02:30h.

Não percam!

Vanessa D.

06/01/2009

De manhã começa o dia...


Para um celíaco o pequeno-almoço longe de casa é, inúmeras vezes, um pesadelo. Nos hotéis as dificuldades não variam e, habitualmente, os produtos isentos de glúten são uma miragem. Foi exactamente por termos conhecimento desta situação, até porque nos deparamos com ela no quotidiano, que decidimos escrever esta entrada, com sugestões para um pequeno-almoço simples (leia-se “sem espiga”) em qualquer situação.

Num hotel é necessário que no momento da reserva o celíaco tenha em atenção se os quartos estão, ou não, equipados com mini-bar. A partir do momento em que este esteja presente a vida fica-nos verdadeiramente facilitada.

Leite, iogurtes e produtos de charcutaria sem glúten, são facilmente conserváveis no mini-bar mesmo que, para tal, seja necessário retirar algumas garrafas do mesmo. Todos os hotéis dispõem ainda de fruta fresca e, a pedido, a maioria realiza ovos mexidos. Assim, o pequeno-almoço torna-se um momento agradável e, porque não temos que nos esconder de ninguém, de partilha.

Vejamos:

Hipótese 1 – Iogurte natural misturado com arroz tufado sem glúten e pedaços de pêssego ou morango naturais.

Hipótese 2 – Sumo de laranja natural acompanhado por ovos mexidos com presunto ou fiambre sem glúten e uma peça de fruta natural.

Hipótese 3 – Leite (para os intolerantes à lactose, existe a possibilidade de trazerem para o refeitório o leite que conservaram no mini-bar e pedir que seja aquecido) com pão sem glúten (que também pode ser aquecido) barrado com compota e uma peça de fruta.

Estas são apenas algumas sugestões sendo que as possibilidades de combinações são inúmeras. O que é certo é que, se os produtos forem conservados no mini-bar, o celíaco os pode levar para a sala de refeições uma vez que a maioria dos hotéis é sensível a esta questão. Existe também a possibilidade de pedir que guardem os seus ingredientes na cozinha da unidade hoteleira, contudo, no mini-bar do quarto estarão à sua disposição sempre que a fome “apertar”.

Porque somos diferentes mas iguais. Porque podemos fazer tudo o que os outros fazem. Porque não queremos que fique em casa.

04/01/2009

Editora espanhola lança revista para celíacos


Vivir Sin Gluten y Alergias é o nome da primeira revista espanhola sobre intolerâncias e alergias alimentares. Algumas páginas do primeiro número, lançado no passado dia 19, estão disponíveis para consulta online.

A revista dirigida pelo pai de uma criança celíaca publicará vários artigos de interesse para a comunidade "sem" como as últimas novidades médicas, guias de restaurantes e viagens, conselhos de especialistas, receitas, e lançamentos de novos produtos.

Todos os números da revista terão um brinde diferente. Assim, no primeiro foi oferecido um Guia de Restaurantes "Sem" com menus ou pratos para celíacos e pessoas com outras alergias (lactose, ovo, nozes). O guia, que inclui uma listagem de restaurantes em Espanha, Andorra e Argentina pode ser consultado aqui.

No site da Gluten y Alergias a editora informa que a pulicação será distribuída em Espanha, Argentina e México. Os assinantes poderão aceder online a conteúdos adicionais: uma enciclopédia sobre intolerâncias e alergias, receitas, fora Gluten y Alergias e ao El Blog Intolerante.

A subscrição anual varia entre os €39,00 para Espanha e os €129,00 para o resto do mundo, ficando em €87,00 o envio para a Europa (incluindo Portugal). Dado o elevado custo da assinatura a APC Jovem já entrou em contacto com a editora, Slabon, para averiguar se estão previstos alguns pontos de distribuição em Portugal.