28/12/2009

Questões sem glúten - análise


Por vezes não é tarefa fácil explicar o que é a doença celíaca e quais são os cuidados necessários a ter para que a dieta que cumprimos seja verdadeiramente isenta de glúten, de forma a cessar a reacção inflamatória no intestino e repor a normal função deste.

Esta semana perguntávamos aos leitores do Sem Espiga que dificuldades encontravam quando explicavam no que consiste seguir uma dieta sem glúten.

21% dos leitores não encontra dificuldades. A informação disponível em diversas fontes (a APC, os profissionais de saúde, sites especializados e comunidades virtuais, etc.) possibilita que sejam tiradas as dúvidas sobre os mecanismos da doença, consequências da não erradicação do glúten da dieta e estratégias para evitar a contaminação das refeições e para seguir uma dieta saborosa e nutritiva.

A existência de informação disponível, compreensível e fiável é essencial no dia-a-dia de um celíaco, tanto para as refeições que faz para si como para possibilitar que outros lhe preparem refeições seguras.

50% dos leitores refere ter dificuldade em explicar que mesmo quantidades reduzidas de glúten serão prejudiciais ao organismo.

Existem vários tipos de restrições alimentares por razões de saúde, e a restrição de glúten por doença celíaca tem características próprias. A doença celíaca tem por base uma reacção auto-imune que pode ser sustentada por pequenas quantidades de glúten. Com esta questão relaciona-se a opção escolhida por 28% dos leitores, que elegeu como principal dificuldade explicar porque é importante que as refeições e os alimentos não sejam contaminados por glúten proveniente, por exemplo, de uma outra refeição preparada no mesmo espaço.

A doença celíaca tem por base uma reacção auto-imune ao glúten, e neste momento a única forma de evitar a reacção é evitar a exposição ao glúten. E esta exposição pode resultar de uma acumulação, ao longo do dia, de pequeníssimas quantidades de glúten que, quando somadas, podem resultar numa quantidade suficiente para sustentar a reacção auto-imune e provocar lesão e sintomas. Daí advém a importância de prevenir todas as contaminações evitáveis, mesmo que aparentemente estejam em jogo quantidades ínfimas: nao preparar refeições sem glúten num espaço onde existe farinha com glúten em suspensão no ar, não tocar numa refeição sem glúten com um talher que já esteve em contacto com um produto com glúten, etc..

Sensibilizar as pessoas com quem partilhamos a nossa casa, o nosso local de trabalho, o nosso quotidiano, pode ser uma dificuldade acrescida na tarefa de nos resguardarmos da ingestão de glúten. Informação é a palavra-chave: informarmo-nos o mais possível e continuamente, e informarmos a todos os que ainda desconhecem a doença celíaca e suas consequências.

23/12/2009

No Glut (Especial Natal) - Azevias versão Sem Glúten


Ingredientes:

Recheio:
500g de puré de batata-doce (pode substituir a batata doce por puré de grão)
100g de miolo de amêndoa
150g de açúcar amarelo
1 colher de sobremesa de canela
Casca de 1 limão

Preparação:
Coza a batata-doce, pese, e reduza a puré. Retire a casca do limão com cuidado para não incluir a parte branca e pique-a em conjunto com o miolo de amêndoa na 1,2,3.
Junte todos os ingredientes num tacho e leve ao lume mexendo sempre, deixe ferver durante cerca de 10-15minutos.
Nota: Este recheio pode ser feito com antecedência e congelado ou apenas guardado no frigorífico

Massa:
Utilize a massa da receita das empadas, estique a massa e recheie como se fossem pastéis de massa tenra e leve a fritar em óleo bem quente. Depois de escorrido o óleo polvilhe com canela e açúcar.

No Glut (Especial Natal) - Bolachas de Natal



Ingredientes:
Para a massa das bolachinhas:

200g de farinha (Schär Mix B)

100g de margarina
75g de açúcar
1 laranja
1 ovo

Para cobertura:

150g de açúcar em pó

1 ou 2 colheres de sumo de limão
Algumas gotas de corante alimentar

Preparação:
Colocar a farinha numa tigela. Abra uma cova no meio e coloque aí as gorduras previamente amolecidas. Misture estes ingredientes com a ponta dos dedos, de modo a obter uma massa granulosa.
Junte a raspa de laranja e o açúcar à massa e o ovo ligeiramente batido. Amasse com as mãos até obter uma massa homogénea e lisa. Caso a massa se encontre muito pegajosa, adicione mais farinha até que a massa fique em condições trabalhada à mão e moldada.

Estenda a massa sobre uma superfície lisa e enfarinhada com o auxílio de um rolo. Corte a massa com os cortadores de massa de formas variadas. Coloque as bolachas resultantes num tabuleiro forrado a papel vegetal untado com margarina, pincele-as com gema de ovo e leve-as ao forno.
Depois de as deixar arrefecer pode decorá-las com a cobertura colorida a seu gosto.

No Glut (Especial Natal) - Tronco Castanheiro


Ingredientes
1kg de castanhas
150g de açúcar amarelo
150g de manteiga
0,5l de leite
125ml de água
1 colheres de sopa de canela
50g de chocolate
2 pacotes de bolacha de arroz sem glúten

Preparação
Coza as castanhas e descasque-as.
Num tacho leve ao lume o leite com o açúcar e as castanhas cozidas e descascadas, deixe ferver durante 5 minutos. Retirar do lume e juntar a manteiga cortada aos pedacinhos, a canela e as bolachas, envolver tudo muito bem.
Enrolar em papel vegetal ou de alumínio moldando em forma de tronco, deixar repousar no frigorifico por algumas horas. Na hora de servir derreter o chocolate com um colher de sobremesa de manteiga em banho-maria e barrar o tronco com o chocolate derretido.

No Glut (Especial Natal) - Broas de Mel versão Sem Glúten


Ingredientes
125g de açúcar

300g de farinha “Schar Mix B”

65ml de mel

100ml de azeite

125ml de água
2 colheres de sopa de canela

2 colheres de sopa de erva doce
35g de pinhão

Uma casca de limão
100g de amêndoa pelada para decorar

1 gema de ovo


Preparação

Num tacho leve ao lume a água, o azeite, a canela, a erva-doce e a casca de limão, quando levantar fervura junte a farinha mexendo sempre, até que a massa comece a fazer uma bola. Fora do lume junte o mel e os pinhões; mexa até incorporar o mel e obter uma massa homogénea, deixe arrefecer. Unte um tabuleiro com azeite, tenda as broinhas fazendo uma bolinha e colocando-lhe uma amêndoa, vá molhando as pontas dos dedos em azeite para a massa não se pegar às mãos. Disponha as broas no tabuleiro untado com azeite (não necessita de as afastar muito porque estas não crescem no forno), pincel as broas com a gema de ovo desfeita com algumas gotas de leite e leve ao forno forte durante 10-15 minutos apenas para alourar o ovo e a amêndoa. Depois de cozidas retire-as do tabuleiro passe-as por açúcar, guarde-as numa lata onde se conservam durante um ou dois meses.

No Glut (Especial Natal) - Broas Castelares versão Sem Glúten



Ingredientes
225 g de farinha de milho fina “Special line El Corte Inglês”
300g de açúcar
300g de batata doce e reduzida a puré
1,5dl de mel
150g de amêndoa moída
2 ovos inteiros e uma gema
Casca de ½ laranja
Casca de ½ limão

Preparação
Junte a 250g de açúcar o puré da batata doce, leve ao lume e deixe ferver durante 1minuto. Deixe arrefecer.
Em seguida junte os restantes ingredientes e leve novamente a lume brando, mexendo com um colher de pau de modo a obter uma mistura homogénea. Logo que o preparado comece a ferver, retire do lume e deixe arrefecer completamente. Tenda as broas, coloque-as em tabuleiro untado com margarina e pincele com a gema de ovo. Leve a cozer em forno muito quente durante cerca de 10 a 15 minutos. Quando as broas estiverem frias, passe-as com um pano seco para restituir o da parte pincelada com a gema.

No Glut (Especial Natal) - Filhós da Tia Céu



Ingredientes:

500g de cenoura (polme)
250g farinha schär Mix Dolce
50g de açúcar
4 ovos inteiros
1 colher de chá de fermento royal

Preparação:

Coza a cenoura e escorra-a bem, deixe arrefecer um pouco, junte as 50g de açúcar e triture a cenoura com a varinha mágica.

Juntam-se-lhe os ovos já batidos, e a farinha peneirada com o fermento, bate-se bem com uma colher de pau e frita-se logo em óleo bem quente.

Atenção: fazem-se com colheres de sobremesa para não ficarem demasiado grandes.
-
-
Receita da Ana Clara Beato

20/12/2009

Levantamento de estabelecimentos em Viseu

A APC Jovem informa que um dos seus membros, Filipe Gomes, estará em Viseu no dia 21 de Dezembro, próxima Segunda-feira, e procurará proceder ao levantamento dos estabelecimentos da cidade que fornecem produtos e serviços para celíacos. Caso saiba de algum, pedimos-lhe que o divulgue, com a informação que sobre ele possuir, com um comentário a este texto.

16/12/2009

Encontro informal em Braga

A APC Jovem convida os sócios da APC, em especial os jovens celíacos, para um encontro informal em Braga com um dos seus membros, Filipe Gomes, no dia 20 de Dezembro, próximo Domingo.

Fica marcado o encontro para as 14h00, na entrada do Theatro Circo. O Theatro Circo situa-se na Av. Liberdade 697, no centro da cidade:


O encontro tem como objectivo o levantamento dos estabelecimentos da cidade que fornecem produtos e serviços para celíacos. À APC Jovem foram dados a conhecer alguns estabelecimentos. Caso saiba de algum, pedimos-lhe que o divulgue, com a informação que sobre ele possuir, com um comentário a este texto.

A realização do encontro está dependente da existência de inscrições, através do email semespiga@gmail.com.

Caso possa, participe! A Associação pertence a todos e é feita por todos
.

13/12/2009

Nosotros y Nuestros Hermanos


A APC Jovem iniciou há alguns meses uma tentativa de aproximação com a sua congénere espanhola: a FACE Jovem. Hoje, é altura de partilhar com os leitores do Sem Espiga o resultado desse esforço.

Assim, é com grande alegria que anunciamos que foi estabelecida uma parceria ibérica, inédita na história das associações jovens destes dois países. Depois de alguma troca de correspondência com o Jon, presidente da FACE Jovem, chegou-se a um acordo motivado pela grande vontade que as duas “organizações” apresentavam em criar laços e que consiste, essencialmente, num projecto de cooperação mútua a partir deste momento.

Podemos anunciar que estão a ser preparados eventos ibéricos, nomeadamente e já para 2010, um acampamento de Verão a realizar na região da Extremadura de Espanha e que estará aberto aos jovens celíacos dos dois países, pretendendo-se desta forma fomentar entre todos os celíacos jovens (e não só entre as direcções das respectivas associações) um espírito de partilha, de auto-ajuda e cooperação.

Para além de todos os eventos de cariz mais prático, a APC Jovem congratula-se com esta parceria pois sabe que tem muito para aprender com a FACE Jovem que, desde sempre, foi um exemplo de dinamismo para os restantes países.

Mais de um ano depois da sua fundação, a APC Jovem acredita que é esta a altura certa para se afirmar como um parceiro credível para as restantes associações de jovens celíacos europeias. O começo foi com Espanha e só assim faria sentido, seja por questões de idioma, proximidade geográfica ou semelhança dos hábitos alimentares.

Este momento é especial para nós. Como os leitores do Sem Espiga já terão certamente reparado, a APC Jovem encontra-se no início de um novo ciclo que pretende levar à consecução final do objectivo maior: ajudar de forma real os jovens celíacos portugueses. Esperamos que os jovens se revejam em nós e encontrem na APC Jovem uma força que luta pelos seus direitos e para que a sua juventude seja vivida sem complexos ou limitações.

Esperamos que este auspicioso início seja também uma motivação para que outros se juntem a nós. Temos apelado continuamente e continuaremos a fazê-lo. Apenas com a colaboração de todos seremos fortes e poderemos iniciar o caminho que, daqui a alguns anos, será percorrido por todos aqueles que agora são crianças e, quem sabe, pelos seus filhos e netos.

11/12/2009

Questões sem glúten - Análise

Na noite de consoada ou no Dia de Natal não faltam os pratos tradicionais: bacalhau cozido, perú recheado e cabrito assado, consoante as regiões do país. Os doces também cobrem a mesa e são muitos e variados: rabanadas, sonhos, filhós/velhoses, coscorões, azevias, broas ou troncos de Natal.

Na sondagem desta semana perguntámos aos leitores do Sem Espiga qual a sua maior dificuldade nesta quadra festiva em que a maioria dos doces e alguns pratos contêm glúten. “Encontrar alternativas SG aos seus pratos / doçaria preferidos da época” foi a resposta que obteve maior número de votos (33%).

Acreditamos que a falta de opções é mais notória no caso dos doces uma vez que ainda não há à venda em Portugal, em pastelarias e nos locais de compra habituais, doces de Natal sem glúten.

Outra das razões para a existência deste problema é a elevada quantidade de farinha com que são confeccionados quase todos os doces desta época o que dificulta a sua substituição por farinhas sem glúten.

Contudo, existe alguma doçaria que pode ser convertida como as rabanadas que podem ser feitas com pão sem glúten e as broas em que a farinha de trigo pode ser substituída por farinha de amêndoa ou de milho.

A segunda resposta mais votada foi “Nenhuma dificuldade” (21%) o que nos deixou muito satisfeitos por saber que muitas pessoas não têm dificuldades em fazer refeições sem glúten nesta quadra.

Podemos imaginar que estes leitores conseguem converter receitas tradicionais desta época em receitas sem glúten ou criar novas, encomendam estes produtos alimentares a pessoas que os confeccionam sem glúten ou que os compram no estrangeiro ou online.

É possivel que algumas das pessoas que disseram não sentir dificuldades tenham optado por abdicar de consumir os pratos e doces tradicionais consistindo as suas refeições de Consoada e Natal de alimentos isentos.

A primeira resposta “Evitar a contaminaçao cruzada” reuniu 18% dos votos, sendo a terceira resposta com maior número de votos. Esta preocupaçao é diária, mas toma outras proporções quando há muita gente à mesa.

No jantar de Consoada e no almoço de Natal é aconselhável falar com a(o) cozinheira(o) sobre como impedir que ocorra contaminação cruzada e também explicar a familiares que possam ainda não saber do que se trata quais as suas consequências.

Confeccionar produtos SG” foi a penúltima resposta mais votada (15%). Felizmente a APC Jovem sabe que alguns pasteleiros e algumas mães têm trabalhado na adaptaçao de receitas tradicionais e que a partilha dessas experiencias vai diminuir o número de pessoas com dificuldade em confeccionar produtos sem glúten.

Por último, com 12% dos votos ficou a resposta “Explicar a familiares e amigos que sofre de DC e quais as suas limitações”. Nem sempre é fácil explicar o que é a doença celíaca e a contaminação cruzada, sobretudo a pessoas de alguma idade e a crianças pequenas.

Ainda assim deve ser feito um esforço numa linguagem clara e simples para clarificar quais são os alimentos prejudiciais à nossa saúde e quais as consequências da ingestão destes e da ocorrência de contaminação cruzada.
Esteja atento ao nosso blogue porque na próxima semana vamos publicar algumas receitas de doces tradicionais isentos de glúten para que possa saborear melhor com a sua família a mesa de Natal.

Agradecemos a sua participação na sondagem desta semana alusiva à época Natalicia e contamos com o seu voto na próxima que será publicada brevemente. Aproveitamos para lhe desejar um Feliz Natal!

09/12/2009

Encontro Nacional - Vila Real



Desta feita rumámos até Vila Real para mais um Encontro Nacional (EN) sem glúten mas com diversas actividades. Tal como previsto, de manhã, aconteceu a demonstração “Cozinha Prática Sem Glúten”, com o robot ajudante de cozinha Bimby. Foram confeccionadas diferentes comidas, desde gelado a leite-creme, até às pizzas e ao bacalhau com natas completamente isentos daquela proteína. Os participantes que estivessem interessados poderiam ainda adquirir a Bimby.

Depois desta demonstração, e chegada a hora de almoço, estavam todos prontos para desfrutar de uma deliciosa refeição onde tudo o que estava nas mesas era permitido. Pudemos então começar pelas entradas de melão e presunto, omeleta de cogumelos e espargos, pão fresco, feito especialmente para a ocasião, e sopa. Seguiu-se um prato de carne acompanhada por batatas e couves que antecedeu a sobremesa de frutas variadas e do leite-creme feito pela Bimby. O almoço foi, como é habitual nos nossos Encontros, um espaço muito agradável de conversa e convívio.

Os trabalhos previstos para a tarde já começaram um pouco atrasados devido ao prolongamento do convívio do almoço. À tarde, pudemos então assistir às comunicações da Presidente e Dietista da APC, Raquel Madureira e Rita Jorge, respectivamente, acerca da Doença Celíaca (DC) – Etiopatologia e Tratamento, e da APC, assuntos sempre relevantes, principalmente levando em consideração que alguns dos presentes eram recém diagnosticados e novos sócios. Seguiu-se uma apresentação de Danielle Mota da Helth Care International (HCI - http://www.hci.com.pt/), acerca de um novo método de rastreio, o Biocard Teste Celíaco.



Outra das comunicações da tarde foi feita pelo Presidente da FACE Joven, Jon Zabala, que falou acerca da realidade espanhola. Neste país vizinho, as várias associações das regiões autónomas reúnem-se na Federación de Asociaciones de Celiacos de España (FACE - http://www.celiacos.org/index.php). Esta federação tem várias actividades com o objectivo de melhorar a vida dos celíacos, entre muitas outras, por exemplo, a produção de uma listagem anual de cerca de 1500 produtos sem glúten produzidos pela indústria alimentar, a publicação de duas revistas anuais, contactos para difundir informação acerca da DC e sensibilização para esta problemática. Falou-se ainda da FACE Joven, das suas actividades e da possibilidade de colaboração entre esta e a APC Jovem. Uma das mensagens essenciais foi que todo o trabalho das associações precisa do suporte e colaboração dos sócios. Para uma associação com força para agir precisamos de sócios dinâmicos e interventivos.

Ainda antes do lanche foi apresentado e explicado, pelo actual tesoureiro Mário Rui Romero, o Plano de Actividades e o orçamento anual da APC para 2010 (que estará disponível no portal da APC - http://www.celiacos.org.pt/). Tanto o Plano de Actividades como o orçamento foram aprovados pelos sócios presentes.

Durante este tempo, enquanto os adultos assistiam a estas comunicações, numa sala ao lado, as crianças podiam conviver umas com as outras e fazer várias actividades e brincadeiras.

Houve ainda o sorteio de dois concorridos cabazes de Natal que, depois de algumas tentativas forma entregues a dois sócios diferentes. Desde a venda dos números, até ao sorteio, pudemos contar com a preciosa colaboração de alguns dos mais pequenos participantes (a eles o nosso obrigado).


Chegou então um dos momentos mais tradicionais dos ENs, o lanche sem glúten trazido pelos sócios, onde se partilham receitas e segredos de uma cozinha isenta de glúten. Este lanche, além de algumas especialidades de Natal, pode ainda contar com algumas preparações da Bimby e com outra novidade, churros sem glúten.


Foi desta forma que terminou mais um EN da APC.




Um especial agradecimento aos patrocinadores que também tornaram este EN possível: ao HCI que patrocinou o local, ao Jumbo pelos géneros alimentares da demonstração Bimby e alguns para o lanche, ao LabMaia, pelo apoio financeiro, à Dietimport (Schär) pelos produtos para cabaz e produtos para demonstração Bimby e à Sovex e Gullon pelas bolachas.


A APC Jovem aproveita ainda para reforçar a ideia que para o crescimento, tanto da APC como da APC Jovem, é necessária a participação e contributo de todos, como se tem verificado aqui no Sem Espiga.



A todos, mais uma vez, o nosso muito obrigado por mais um EN bem-sucedido!


APC Jovem

04/12/2009

Just go - Gluten-free abroad


O projecto "Just go – Gluten-free abroad” é a proposta de trabalho para 2009/2010 da Coeliac Youth of Europe (CYE) à qual a APC Jovem pertence, e que conta desde a passada semana com um novo representante português.

A iniciativa acima referida teve origem na última conferência da CYE em Malta. Este encontro reuniu os delegados de todos os países pertencentes à organização e, tal como todas as conferências da CYE, pretendeu ser um fórum de discussão entre as organizações jovens de cada país para que, em conjunto, estas possam aumentar a qualidade de vida do jovem celíaco no espaço europeu, materializando esta ideia num projecto de cooperação comum.

O objectivo principal do projecto para o ano de 2010 é incentivar os jovens celíacos a deslocarem-se para fora do seu país por longos períodos, apesar das condicionantes inerentes à doença celíaca.

Ora, como sabemos, o cumprimento da dieta sem glúten poderá provocar uma certa resistência na ida para o estrangeiro pois o celíaco depara-se com grandes desafios como os diferentes produtos SG, um novo sistema de saúde e um novo nível de informação (num novo idioma).

Desta forma “Just go - Gluten-free abroad” pretende dar informação aos jovens celíacos sobre as possibilidades de uma vida sem glúten fora do seu país. Assim, é pedido a todos os países que integram a CYE que reunam informação sobre entidades que estejam envolvidas em programas de mobilidade de jovens (Erasmus, Serviço de Voluntariado Europeu, etc.) e que possam ajudar na integração de um celíaco num novo país. É ainda pedido que cada país consiga “pessoas de contacto” que terão a tarefa de ajudar na integração do jovem celíaco desde o momento da sua chegada.

Os resultados deste projecto serão organizados num guia que estará disponível no site da CYE, e num documento que poderá ser consultado na sede da APC, possivelmente no segundo semestre de 2010.

Curiosamente, a APC Jovem tem, neste momento, dois dos seus elementos a participar em projectos de longa duração no estrangeiro sendo que estes constatam "in loco" a importância deste futuro guia como forma de facilitar a integração no país de acolhimento.

Sendo um dos objectivos principais da APC Jovem para o ano de 2010 disponibilizar informações como as obtidas através da consecução deste projecto, parece-nos uma boa oportunidade para sensibilizar as diferentes organizações que, eventualmente, poderão intervir na vida de um jovem celíaco. Procura-se assim promover alterações na oferta que os nosso jovens actualmente encontram, quebrando barreiras e limitações. Até porque convém não esquecer que o objectivo último da APC Jovem será sempre o de poder ajudar de forma mais efectiva os jovens celíacos portugueses e aqueles que escolherem Portugal para construir uma parte da sua vida.

Neste momento, a APC Jovem pretende desenvolver em Portugal o conceito de “pessoas de contacto”, pretendendo-se que estas possam funcionar como alguém com experiência em todos os aspectos que envolvem a DC e que podem ser muito importantes numa primeira fase de adaptação a uma nova realidade. Desta forma, aproveitamos para incentivar todos os que possam / queiram servir como “pessoa de contacto” a comunicar connosco através do nosso e-mail (semespiga@gmail.com).

Numa fase posterior, e caso seja esse o seu desejo, estas pessoas também poderão integrar a equipa Portuguesa do projecto “Just Go – Gluten-free abroad”.

01/12/2009

Questões Sem Glúten - Análise

Na questão semanal colocada aos nossos leitores procurámos saber se recorriam a outros países, que não Portugal, para lidar com a doença celíaca. Como resultados obtivemos que 75% dos leitores se reportam unicamente ao nosso país, sendo que dos restantes 25% existem os leitores que se deslocam aos países estrangeiros para realizar as suas compras de consumíveis alimentares SG, enquanto 5% dos leitores encomenda os seus produtos do exterior sem efectuar a deslocação.

Observando atentamente a realidade SG actual é fácil verificar que a maioria dos produtos alimentares aptos para celíacos em Portugal são importados o que, no final das contas, acaba por encarecer bastante o valor final dos mesmos. Também em termos de variedade e facilidade no acesso (i.e. número de lojas que comercializam estes produtos) podemos constatar que nos encontramos na “cauda” da Europa. Basta, aliás, realizar algumas simples comparações: em Itália, por exemplo, os celíacos adquirem gratuitamente os seus produtos em farmácias, desde que tenham consigo a receita médica respectiva; em alguns países nórdicos o Mac Donalds (totalmente proibido aos celíacos portugueses) apresenta um balcão exclusivo para o atendimento de celíacos…

Por tudo isto, não é de estranhar que os celíacos, principalmente os que residem em zonas fronteiriças, adquiram os seus produtos noutros países, nomeadamente em Espanha, onde a variedade é maior e o preço mais em conta. Já as encomendas, em nossa opinião, têm a grande vantagem da variedade permitindo assim o consumo de géneros alimentícios raros para os celíacos portugueses; ponderando o custo (necessidade de pagamentos de portes de envio + valor total do produto), talvez esta não se revele uma opção tão vantajosa como a relatada anteriormente mas, ainda assim, por vezes acreditamos valer o “sacrifício”…

Não podemos terminar esta pequena análise sem, contudo, referir que para os celíacos que residem próximo ou mesmo na zona costeira oeste de Portugal, as deslocações a outros países são acrescidas do custo dos combustíveis e do desgaste da viatura (quando esta existe) o que pode impossibilitar claramente a deslocação ao país de “nuestros hermanos” de forma regular. Ainda assim, e caso viaje – ainda que esporadicamente – deixamos o mote: “procure, descubra e conte-nos tudo”. É importante para todos os celíacos conhecer a realidade dos outros países, bem como os produtos disponíveis e os preços dos mesmos. Quem sabe, não estará a estimular alguém a ver por si mesmo?

E em plena época natalícia agradecemos que continue a participar na questão SG semanal.
ACP Jovem