08/09/2009

O Autismo e o Glúten: Mais do que uma simples relação causal


O autismo, caracterizando-se como uma desordem global do desenvolvimento, afecta as capacidades de comunicação, interacção e relação, tendo sido descrito pela primeira vez por Leo Kanner. Actualmente sabe-se que existe uma forte componente genética que, interagindo com factores ambientais, possibilita a manifestação da doença.

Actualmente uma em cada 150 crianças é diagnosticada com autismo, sendo as características mais comuns desta patologia: dificuldade na interacção social, dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais, sociabilidade selectiva, padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e actividades, inflexibilidade de rotinas ou rituais ("manias").

Para além destes aspectos, os autistas apresentam quatro características, que podem revelar grandes melhorias se ajudadas com dieta, são elas: inflamação do intestino e intestino permeável, deficiência de nutrientes, aumento de fungos e metilação e sulfatação inadequadas com aumento de toxicidade.

Existe, actualmente, uma crescente quantidade de provas que indicam que a ingestão de proteínas de glúten encontradas no trigo, na cevada, no centeio e na aveia, afectam a função do cérebro normal. Um distúrbio do sistema digestivo, quase sempre existente nos autistas, prejudica a capacidade de fragmentar o glúten sendo que as pequenas cadeias proteicas resultantes apresentam estrutura e função similares aos opiáceos (como morfina, ópio, etc...). Os opiáceos podem ser criados pela digestão incompleta do glúten levando a sintomas de excesso (overdose): pensamentos conturbados e desfocados levando a falta de concentração e dificuldade de aprendizagem, insensibilidade à dor, alteração dos sentidos com comportamentos inadequados e irritabilidade.

Após a introdução de uma dieta isenta de glúten (exactamente igual à dieta celíaca em termos de restrições e durabilidade) verificam-se grandes avanços na área do comportamento, da linguagem e mesmo da aparência dos autistas.

São cada vez mais as provas científicas que corroboram as vantagens da dieta sem glúten nesta patologia. A APC Jovem recomenda a visualização de dois pequenos filmes que mostram o comportamento de uma criança autista antes e depois da introdução da dieta Sem Glúten, e que podem ser encontrados em:

ANTES:
http://www.youtube.com/watch?v=pXYiSISeQDQ&mode=related&search=

DEPOIS:
http://www.youtube.com/watch?v=cpHSnl5gcFg

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Carmen G.

1 comentário:

Filipe Gomes disse...

Óptimo texto! Parece-me que deveria existir (se ainda não existe) um contacto próximo entre a APC e a associação nacional para os autistas.