30/07/2009

Questões sem Glúten - Análise Semanal


Em relação ao tema abordado na sondagem desta semana (“Como faz no restaurante?”), a participação rondou os 30 votos, tal como habitual nas sondagens do Sem Espiga. Também devido ao número de visitas diárias podemos concluir que nem o calor que se faz sentir impediu que continuássemos a ser visitados diariamente por uma elevada percentagem de leitores.

Em relação à análise semanal em específico, a resposta mais votada desta semana foi “Escolho um prato naturalmente sem glúten e não menciono que sou celíaco”, com 48% dos votos. Em relação a esta opção e sem querer entrar em alarmismos, a APC Jovem informa que esta não é, de todo, a solução mais aconselhável. É sabido que em inúmeros restaurantes o peixe grelhado é passado na farinha para que a pele não fique colada à grelha, é sabido que muitas vezes as sopas são engrossadas com farinha de trigo e, a grande maioria dos pratos (inclusive o arroz), é apurada com recurso a caldos, nem sempre da marca Knorr, mas de outras marcadas NÃO TESTADAS pela APC.

Com 41% dos votos ficou a opção “Informo e peço informações ao empregado de mesa”. Esta escolha indica claramente que existe uma preocupação elevada com o cumprimento da dieta SG que não impede, contudo, que se faça a mesma vida social que no período antes do diagnóstico. Pela experiência pessoal dos membros da APC Jovem, sempre que se explica a um empregado de mesa que se tem doença celíaca não sendo a dieta uma questão de “moda ou mania”, este é prestável dizendo a verdade no respeitante à confecção dos pratos e falando muitas vezes com o cozinheiro. Devemos, contudo, reforçar que é uma questão de saúde com consequências graves a longo prazo para que, quem nos serve, fique ciente da importância do cumprimento da dieta bem como da evicção de contaminação cruzada (próxima entrada no “Sem Espiga” abordará esta matéria). Recordamos ainda que, caso viaje para outros países europeus e deseje comer em restaurantes, deverá visitar o site da Coeliac Youth of Europe (link disponível na barra direita do blogue) escolhendo, neste site, a opção Travel Net e seleccionando a bandeira do país que pretende visitar.

Prosseguindo na nossa análise, verificou-se que dois dos nossos leitores (6%) não frequentam restaurantes. Reforçamos a ideia de que pelo menos os restaurantes La Trattoria (Lisboa), Moinho Alentejano (Almada), Canto dos Sabores (Vendas Novas) e Churrasco e Companhia (Ermesinde), servem comida adaptada a celíacos, cumprindo todas as normas na confecção dos seus pratos e na limpeza das suas cozinhas. A APC e a APC Jovem continuam os seus esforços para aumentar a lista de restaurantes “verdes” disponíveis.

Por fim, um leitor seleccionou a opção “falo sempre com o cozinheiro”, o que nos parece claramente uma opção acertada uma vez que, por norma, estes são bastante disponíveis. Nenhum leitor seleccionou a hipótese “vou apenas onde já sou conhecido”.

Gostaríamos, mais uma vez, de apelar à sua participação nas votações e nos comentários às sondagens. Neste caso concreto seria bom que partilhasse nomes de restaurantes que costuma frequentar e são sensíveis à causa celíaca. Todos juntos fazemos a diferença. Obrigada.

APC Jovem

24/07/2009

No Glut - Tarte de Pastel de Nata


O mais conhecido bolo português transformado em tarte. Esta receita, de uma sócia da Associação Portuguesa de Celíacos (APC), fez imenso sucesso no Encontro Nacional da APC que decorreu em Dezembro passado, em Leiria.


Ingredientes

Massa

100g de margarina vaqueiro
200g de açúcar
200g de farinha Schär Mix C
1 colher de sobremesa de fermento Royal
2 ovos


Recheio

250g de açúcar
3 gemas
5 dl de leite
4 colheres de sopa de farinha Schär Mix C
Casca de um limão



Preparação

Misture a margarina com o açúcar, os ovos, e por fim a farinha e o fermento. Amasse tudo e coloque numa tarteira já previamente untada com margarina. Leve ao forno pré-aquecido a 180º durante 30 min. e deixe cozer.

Enquanto coze a masse prepare o recheio: misture todos os ingredientes e leve ao lume a engrossar, quando grosso retire-lhe a casca do limão.

Quando a massa já estiver cozida verta sobre ela o creme. Leve novamente ao forno com grill e deixe queimar a gosto tipo pastel de nata.

22/07/2009

As outras doenças dos celíacos: Doenças da Tiróide

A doença celíaca está associada a várias disfunções auto-imunes tais como a diabetes insulino-dependente, o síndrome de Sjögren, a doença de Addison e doenças da tiróide.

Justificar completamente
A tiróide é uma pequena glândula em forma de borboleta, e localiza-se no pescoço. Produz hormonas que controlam o metabolismo do nosso corpo.
Quando a actividade da tiróide está diminuída, podem surgir sintomas como fadiga, sensibilidade ao frio, pele seca e aumento de peso; a este estado chamamos hipotiroidismo. A condição inversa, de uma actividade tiroideia aumentada, denomina-se hipertiroidismo. Este pode provocar sudação excessiva, intolerância ao calor e irritação, entre outros sintomas. Casos ligeiros de hipo ou hipertiroidismo podem não manifestar sintomas.

Um hipo ou hipertiroidismo, ou uma inflamação da tiróide (tiroidite), podem estar associados a doença celíaca. Quando é esse o caso, a introdução da dieta isenta de glúten geralmente leva a que os sintomas de doença tiroideia melhorem.

Coloca-se a hipótese de que esta associação entre doença celíaca e doença tiroideia se deva a traços genéticos ou imunológicos comuns, nomeadamente no que toca à relação entre doença celíaca e tiroidite auto-imune (Elfström P. et al, 2008); um tipo comum de tiroidite auto-imune é a tiroidite de Hashimoto.
Os anticorpos anti-transglutaminase poderão talvez provocar lesão tiroideia, dado que a enzima transglutaminase também existe na tiróide (Naiyer A. et al, 2008).

Com este pequeno texto sobre a relação entre doença celíaca e algumas doenças da tiróide concluimos a série de textos que pensámos para uma primeira abordagem às doenças associadas à doença celíaca.

O nosso blogue constrói-se também pelo feedback que vamos recebendo dos seus leitores. Portanto, caso tenha sugestões para novos textos, caso haja aspectos que gostaria que fossem abordados, sobre este ou outros assuntos, fale connosco!

Questões Sem Glúten - análise

Esta semana perguntávamos aos leitores do Sem Espiga se sentiam que a doença celíaca condicionava as suas viagens para fora do local em que vivem. A esta questão responderam 30 votantes.


A maioria dos votantes (40%) referiu que, embora sentisse bastantes dificuldades, não prescindia de uma viagem pela questão alimentar. Continua a não ser fácil para os celíacos deslocarem-se para fora do local onde moram, onde têm a sua cozinha, a sua despensa e as lojas e restaurantes que conhecem. Estar noutro local implica a procura dos locais de venda de produtos sem glúten e de restaurantes onde seja possível que lhes preparem uma refeição livre de glúten.

A segunda opção mais votada (26%) indicava que o leitor não sentia que as suas viagens fossem condicionadas por ser celíaco, pois levava consigo as suas refeições. As várias formas actualmente disponíveis para transportar os alimentos com refrigeração, e a possibilidade de encontrar espaços (por exemplo, hotéis) onde as refeições possam ser conservadas e aquecidas, tornam acessível esta opção, facilitando a viagem.

A terceira opção mais votada (23%) indicava que o leitor prescindia de algumas viagens pelas dificuldades em fazer refeições isentas de glúten fora de casa. E 1 votante referiu que as dificuldades que encontrava a/o levavam a prescindir por completo de viajar. São muitas as dificuldades que os celíacos podem encontrar quando pretendem fazer uma viagem para longe dos locais que normalmente frequentam: falta de informação sobre pontos de venda e restaurantes, ausência de pontos de venda de produtos sem glúten, dificuldade em conservar refeições, e mesmo dificuldade de comunicação quando se está num local onde não se fala Português, ou num local onde não há qualquer conhecimento ou sensibilidade sobre a realidade dos celíacos, o que pode ser uma experiência semelhante a não conhecer o idioma local.

2 votantes referiram que encontram boas alternativas nos locais para onde viajam. A Internet é provavelmente a fonte de informação mais acessível, e existem várias páginas em Inglês que fornecem informações úteis, que vão de listas de restaurantes e pontos de venda a cartões em várias línguas com informação sobre doença celíaca: a página da Coeliac Youth of Europe (www.cyeweb.eu), a página Celiac Travel (www.celiactravel.com) e a página Gluten Free On The Go (www.glutenfreeonthego.com).

Boas viagens - sem glúten!


20/07/2009

Acampamento de Verão para jovens celíacos europeus

A CYE, Coeliac Youth of Europe, é uma organização que reúne grupos de jovens celíacos da Europa, incluindo a APC Jovem. A CYE está integrada na AOECS, Association of European Coeliac Societies, composta por 27 associações de celíacos europeias, de entre as quais a APC.

A CYE desenvolve vários programas e iniciativas, desde acampamentos de Verão a informação sobre viagens e alimentação sem glúten na Europa. Na página http://cyeweb.eu pode encontrar informação acerca de vários países europeus sobre como encontrar alimentação sem glúten, incluindo textos e frases úteis na(s) língua(s) de cada país.

Os acampamentos de Verão da CYE, os Summer Camps, realizam-se desde 1995. Cabe este ano ao congénere alemão da APC Jovem, o grupo de jovens da DZG (Deutsche Zöliakiegesellschaft), organizar o acampamento. Berlim receberá, de 24 de Julho a 1 de Agosto, 53 jovens de 15 países europeus. De Portugal vão 3. À nossa espera estarão os organizadores:


O Filipe e o João, membros da APC Jovem, farão um diário desta viagem, que convidamos os leitores do Sem Espiga a acompanhar aqui no blogue.

17/07/2009

Trigo Sarraceno

Dando seguimento ao tema levantado pela sondagem efectuada em Abril, sobre qual o cereal/grão/fruto sem glúten mais consumido pelos leitores do blog, e ao post de dia 13 de Maio sobre o millet, falamos hoje do trigo sarraceno.

O trigo sarraceno, também conhecido por trigo mouro, é, na verdade, um fruto seco da família dos morangos, mais precisamente das suas sementes, não contendo glúten. Apesar do nome utilizado e da sua finalidade, este grão não é um cereal, sendo mesmo chamado de ‘pseudo-cereal’ para enfatizar o facto de não estar relacionado com o trigo.

O trigo sarraceno foi inicialmente domesticado e cultivado no Sudeste da Ásia, tendo depois sido trazido para a Europa. Os dados quanto ao início da domesticação e produção deste grão não são concordantes, daí que não seja possível determinar um período concreto. Actualmente, os principais produtores são a Rússia, Finlândia, China, Alemanha e Áustria.

Em termos nutricionais, contém óptimas propriedades. Tem 11% de proteína, oito aminoácidos essenciais e é dos poucos bens alimentares a conter lisina (um aminoácido com influência no crescimento e restauração dos tecidos). É rico em vitaminas do complexo B e em minerais, como o zinco, o fósforo, o magnésio, o ferro e o cobre. O seu armazenamento é algo a ter em atenção, visto ser muito rico em óleos essenciais, que se podem tornar rançosos, devendo ser mantido longe da luz e em embalagens sem ar.

Entre os seus fins terapêuticos, são de destacar o tratamento da obstipação e o aumento da circulação periférica. Como torna os capilares mais tónicos, ajuda no combate aos derrames ao nível dos membros inferiores e é ideal para o cansaço mental e físico. No entanto, é contraindicado em casos de febre ou para pessoas com problemas nervosos e de ansiedade.

Em Portugal, o trigo sarraceno é vendido em hipermercados e dietéticas, sob a forma de farinha, sendo também encontrado na composição de pão, cereais e bolachas sem glúten. É de referir, mais uma vez, a importância de confirmar com o fabricante e/ou distribuidor a ausência de contaminação nas linhas de produção sempre que não se tratem de produtos de marcas específicas sem glúten.

Vanessa D.

15/07/2009

As outras doenças dos celíacos: DEPRESSÃO


Sendo considerada por muitos como a doença do século (a par da obesidade), a depressão afecta cerca de 15% da população, com uma incidência especial ao nível do sexo feminino.

Os doentes celíacos, devido à sua pobre absorção vitamínica e mineral (antes do início e na primeira fase da dieta sem glúten), são mais susceptíveis à depressão do que a restante população pois, para além de se sentirem permanentemente indispostos, não possuem o equilíbrio nutricional necessário ao bem-estar orgânico.

Recentemente, pesquisas médicas demonstraram ainda uma estreita relação entre a activação do sistema imunitário e a depressão major. No caso específico da doença celíaca temos que a disfunção ao nível da mucosa intestinal, marcada por uma elevada deslocação de bactérias gram-negativas, joga directamente com a fisiopatologia da depressão, sendo que muitos pesquisadores sugerem que os marcadores IgM e IgA, sejam usados como forma de rastrear doentes que sofrem de depressão causada por défices de absorção. (Adams, J.; 2008)

Mais especificamente podemos abordar a questão sob o seguinte ponto de vista: o sistema imunitário de um celíaco responde à proteína gliadina. Infelizmente, a proteína gliadina apresenta uma estrutura semelhante a outras proteínas presentes no corpo humano, incluindo algumas relacionadas com o sistema nervoso. Pode acontecer que, em alguns casos, o corpo “confunda” a proteína gliadina com outras proteínas que lhe sejam semelhantes, reagindo contra estas. (Petersen, V.; 2009)

Existe ainda um aminoácido presente no corpo humano, denominado triptofano, que é o responsável pela sensação de bem-estar e relaxamento. No caso dos celíacos, o défice de absorção deste aminoácido pode levar a sentimentos depressivos. (Petersen, V.; 2009)

Segundo muitos autores, a partir do momento em que a dieta sem glúten começa a produzir efeitos ao nível da mucosa intestinal e a absorção aumenta, a depressão terá tendência a melhorar, mesmo sem recurso a fármacos. É aconselhável, contudo, a que caso pense estar perante uma depressão (tristeza, labilidade emocional, apatia, anedonia, vontade de morrer) procure a ajuda de especialistas reforçando sempre o facto de ser celíaco.
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Na próxima Quarta-feira: Doença Tiróidea.
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Carmen G.

Questões sem glúten - análise

No sentido de conhecer um pouco melhor os celíacos que consultam o nosso blogue, perguntámos se para além da DC, os nossos leitores celíacos seriam portadores de outra condição que implicasse restrição alimentar.

Esta semana tivemos 30 votantes que responderam à questão sem glúten. Destes, uma clara maioria (73%) respondeu que não tem qualquer outra restrição alimentar. Parece-nos um dado revelador que a maioria dos celíacos tem “apenas” que cumprir a dieta sem glúten, o que poderá “descansar” os recém-diagnosticados.

De realçar a “curiosa” percentagem da alergia/intolerância a vários alimentos para além do glúten com 13%, podendo surgir como possíveis intolerâncias paralelas, a intolerância à lactose, à proteína do ovo e nas alergias, a alergia ao glúten e a um conjunto alargado de alimentos como morangos, amendoins. Dentro desta percentagem poderá estar englobado ainda celíaco(s) com doença de Crohn, situação não tão pouco rara e que restringe a alimentação do indivíduo para além do glúten. A alergia/intolerância a um alimento para além do glúten obteve apenas um voto (3%).

Os diabetes, hipertensão ou colesterol/triglicerídeos elevados obtiveram 6% das respostas, mais uma reduzida percentagem que possivelmente corresponda a celíacos com uma idade mais avançada e com causa independente da DC e não como consequência desta.

Outra condição clínica ou outra convicção filosófica religiosa obteve apenas um voto (3%). Gostaríamos que quem escolheu esta opção e caso fosse essa a sua vontade, nos dissesse através de um comentário ao post que condição é esta.

Sem qualquer voto, esteve a opção vegetarianismo/veganismo, parecendo-nos revelar que os celíacos não pretendem condicionar ainda mais a sua alimentação para além da dieta que estão obrigados a seguir.

Gostaríamos de poder contar com o seu comentário que pode ser através do relato da sua história, alguma particularidade da DC despertada através da questão semanal ou outro tipo de ideia que queira partilhar. Este blogue é feito por e para celíacos e ficamos muito contentes que semanalmente possamos contar com celíacos que não dispensam participar nas nossas votações mas também achamos importante receber as suas considerações acerca das sondagens.
Participe! Temos todos a aprender uns com os outros.

08/07/2009

As outras doenças dos celíacos: Dermatite Herpetiforme

As doenças associadas à doença celíaca constituem um assunto importante e extenso. Este é o primeiro de uma série de textos sobre essas doenças, textos esses que serão publicados nas próximas quartas-feiras.

A dermatite herpetiforme é uma erupção cutânea crónica e recorrente, que produz uma comichão intensa. É associada à doença celíaca e a depósitos na pele de um tipo de anticorpo, a imunoglobulina A (IgA). Ocorre mais frequentemente entre os 30 e os 40 anos. 80% dos doentes com dermatite herpetiforme têm também lesões intestinais devidas ao glúten; um terço apresenta doença tiroideia.


Os doentes celíacos são portadores de anticorpos contra as enzimas transglutaminases; estes anticorpos circulam como complexos imunes (anticorpo associado ao respectivo antigénio, a transglutaminase), que se depositam na pele. Os anticorpos activam estruturas do sistema imunitário que provocam lesão dos tecidos cutâneos. Estas lesões distribuem-se simetricamente e as regiões do corpo mais frequentemente atingidas são os cotovelos, os joelhos, as nádegas, as costas e a nuca. As lesões cutâneas agravam-se com a ingestão de iodo (presente no marisco) e de glúten.

O diagnóstico faz-se com base na história clínica, no exame físico e na biópsia das lesões cutâneas, e de forma complementar com a pesquisa de auto-anticorpos no sangue.
O tratamento consiste em fármacos para as lesões da pele (o mais usado é a dapsona) e na dieta isenta de glúten. A resposta das lesões à introdução da dieta é lenta.

O termo "herpetiforme" refere-se à semelhança entre as lesões da dermatite herpetiforme com as lesões provocadas pelo vírus herpes; contudo, não há qualquer relação entre dermatite herpetiforme e vírus herpes.


Na próxima quarta-feira: Depressão.

07/07/2009

Workshop Doença Celíaca: Futuro Sem Glúten

No próximo Sábado, dia 11 de Julho, irá realizar-se o workshop Doença Celíaca: Futuro Sem Glúten na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, no Parque das Nações. Este evento dirige-se a todos os celíacos, sócios da APC ou não, e seus familiares.

Por motivos de organização, os participantes serão divididos em três grupos, A, B e C, com actividades alternadas.

O workshop terá o seguinte programa:

9:00h
Abertura do secretariado
9:30h
Sessão de abertura
(Raquel Madureira e Rita Jorge, APC; Ana Catarina Moreira, ESTeSL)
10:00h – 11:00h
“Importância da exclusão do glúten na doença celíaca”
(Céline Fernandes e Filipa Pina, ESTeSL)
11:00h – 11:30h
Coffee break
11:30h – 13:00h
“Doença Celíaca – Alimentação fora de casa”, Grupos B e C
(Céline Fernandes e Filipa Pina, ESTeSL)
Actividade Laboratorial – Panificação, Grupo A
(A designar)
13:00h – 14:00h
Almoço
14:00h – 15:30h
“Doença Celíaca – Soluções para cozinhar”, Grupos A e C
(Ana Santos e Célia Lopes, ESTeSL)
Actividade Laboratorial – Sobremesa, Grupo B
(A designar)
15:30h – 16:00h
Coffee breake
16:00h – 17:30h
“Doença Celíaca – Alimentação fora de casa”, Grupo A
(Céline Fernandes e Filipa Pina, ESTeSL)
“Doença Celíaca – Soluções para cozinhar”, Grupo B
(Ana Santos e Célia Lopes, ESTeSL)
Actividade Laboratorial – Prato proncipal, Grupo C
(A designar)
17:30h
Conclusão/Encerramento

A inscrição tem o valor de 50€ (almoço não incluído), devendo o pagamento ser efectuado por cheque emitido à ordem da ESTeSL ou por transferência bancária, sendo o comprovativo enviado juntamente com a ficha de inscrição preenchida para o email
gpr@estesl.ipl.pt ou para ESTeSL, Centro de Formação Avançada, Av. D. João II, lote 4.69.01 – Parque das Nações 1990-096 Lisboa. As inscrições são aceites por ordem de chegada da ficha de inscrição e pagamento correspondente. Caso a sua inscrição não seja aceite, o valor do pagamento será devolvido.

Esperamos pela sua presença!

Questões Sem Glúten – Análise


Como sabemos a DC é crónica e o seu diagnóstico é o início (depois de muitas vezes “correr” vários médicos e especialidades) de uma nova etapa: o acompanhamento/ seguimento da dieta sem glúten. Este acompanhamento pode ocorrer de diferentes formas e, assim, esta semana decidimos perguntar “Como é o acompanhamento por parte profissionais de saúde que consulta para o controlo da DC?”. Num total de 34 participantes, 33 são acompanhados regularmente: 25 (73%) destes referiram que são acompanhados regularmente (exames complementares de diagnóstico + informações); 1 (2%) que é acompanhado regularmente (apenas informações); e 7 (20%) são acompanhados regularmente (apenas exames complementares de diagnóstico).
Houve ainda um leitor que referiu não ser acompanhado regularmente por opção própria (2%) e, felizmente, nenhuma referência ao não acompanhamento médico por falta de condições (0%).

Podemos então constatar que os participantes desta sondagem são acompanhados por profissionais de saúde e parecem preocupados com o seu bem-estar, o que nos parece bastante positivo. Este resultado pode estar também relacionado com o facto de muitos dos leitores do Sem Espiga praticarem uma dieta isenta de glúten há menos de três anos (69%) e 32% sabe do seu diagnóstico há menos de um (análise publicada a 6 de Abril de 2009). Adianta-se na mesma análise uma possível razão para tal: haver maior necessidade de informação devido ao pouco tempo de convivência com a doença.
Contudo, o acompanhamento por parte de profissionais de saúde revela-se importante em qualquer fase da DC, quer o diagnóstico seja recente ou não, pois surgem novos desafios em diferentes idades e tempos de diagnóstico, novas informações e ocorrem mudanças de que devemos estar a par. Estes profissionais podem, assim, ajudar-nos em qualquer fase, na adaptação à DC, esclarecendo dúvidas, antecipando problemas e soluções, etc. (já colocámos sondagens que abordam estes temas – “Qual a maior dificuldade de fazer uma dieta sem glúten?” – análise publicada a 27 de Março de 2009 e “Após o diagnóstico, qual o seu grau aproximado de dificuldade para se adaptar aos condicionalismos inerentes à DC?”, análise publicada a 5 de Maio de 2009). Mais recentemente, análise publicada a 29 de Junho de 2009, abordámos a questão de outras doenças poderem estar associadas à DC e, como tal, esta situação merece toda a atenção e cuidado no acompanhamento por parte dos profissionais de saúde.

Cremos que as razões apresentadas não esgotam de forma alguma a importância do acompanhamento por profissionais de saúde e o impacto que este tem no nosso bem-estar.

Obrigado pela participação!
Até à próxima sondagem…

01/07/2009

IRS e Produtos Sem Glúten


Informamos os sócios da emissão de uma circular pelo Ministério das Finanças e da Administração Pública sobre a dedução ao IRS dos encargos com produtos sem glúten.

A circular n.º 17/2009 fica disponível aqui no blogue, de modo a que os sócios a possam apresentar na sua repartição de Finanças, desfazendo assim qualquer equívoco que possa surgir.

Pode encontrar a circular na barra lateral desta página, na secção "Legislação Útil". Este documento esclarece que os encargos com os produtos alimentares específicos para celíacos qualificam-se como despesas de saúde. Esta dedução é independente do local onde os produtos foram adquiridos, basta que sejam produtos sem glúten.

À APC Jovem têm sido referidas as dificuldades que alguns sócios encontraram em repartições de Finanças no que se refere a esta questão. Esperamos que com esta circular esses obstáculos não se voltem a repetir.

Recordamos aos sócios a petição que a APC organizou no portal, recolhendo assinaturas para que este assunto fosse levado à Assembleia da República. Mais uma prova de que todos juntos, dando força à APC, conseguimos resolver as contrariedades que afectam os celíacos quotidianamente. Pedimos por isso aos sócios que continuem a informar a APC sobre este tipo de situações.


APC Jovem