05/11/2013

Visitar Londres Sem Glúten

Recentemente, tive a oportunidade de visitar Londres, uma cidade que há muito queria conhecer. Como celíaca, a minha principal preocupação foi o que poderia comer e onde, principalmente por saber que passaria a maior parte do tempo «de um lado para o outro». Apesar de saber que naquela cidade existe, à partida, não só mais variedade de produtos, como um maior conhecimento sobre o que é a DC e o glúten, fiz o meu «trabalho de casa».

Contactei a Coeliac UK, Associação de Celíacos do Reino Unido, que me facultou acesso à área de sócio do seu portal para que pudesse recolher informação sobre os restaurantes e cafés atentos às necessidades dos intolerantes ao glúten. Além disso, fiz uma breve pesquisa na Internet que me permitiu identificar alguns locais seguros para comer.

Levei comigo alguns produtos para os primeiros dias, mas rapidamente percebi que poderia adquirir as mercearias básicas em supermercados como a Sainsbury’s ou a Tesco, espalhados pela cidade.
Na Pizza Express, uma cadeia de restaurantes, a maioria do menu de pizzas pode ser adaptada e servida numa base sem glúten, bastando para isso alertar o funcionário. Também servem óptimos brownies como sobremesa, acompanhados de um café ou chá à escolha. A Pizza Hut também dispõe de uma base sem glúten que pode ser utilizada na maior parte da sua ementa, além de oferecer salada para acompanhar as refeições.

A cadeia de lojas EAT disponibiliza várias opções saudáveis, incluindo pratos vegetarianos, confeccionados na própria loja, sendo que todos os alergénios são especificados. No Starbucks, além do brownie e do shortbread já existentes nas lojas portuguesas, é igualmente comercializada uma sanduíche sem glúten.

Pessoalmente, o local onde preferi comer foi o Leon, um conceito de fast food natural, para comer na loja ou para levar. Na ementa são indicados os alergénios de cada prato, existindo opções isentas de glúten, de produtos lácteos e de frutos secos, além de pratos adequados a dietas vegetarianas e vegan. As opções de sobremesa incluem brownie e tarde de nozes pecan.

No fundo, é agradavelmente bem-vinda a sensação de que a doença celíaca é amplamente conhecida e, perguntando na generalidade dos estabelecimentos, os funcionários estão em condições de esclarecer o consumidor.

30/10/2013

Ce(r)líaco

       O meu nome é Susana e sou celíaca desde que me lembro. Tenho 20 anos e foi-me diagnosticada a Doença Celíaca (DC) com 2 anos de idade. Nessa altura ainda pouco se sabia sobre a DC, e fiz uma série de exames até descobrir, por uma biópsia intestinal, o que realmente tinha. Os sintomas eram maioritariamente vómitos e barriga distendida. Aos poucos, com a iniciação da "dieta" isenta de glúten, vi-me livre desses "problemas". 
        Na altura lembro-me que existia pouca variedade de alimentos, e o único pão sem glúten que havia eram umas tostas de "dieta" que eu detestava... Entretanto, quando entrei para a escola, todos os meus colegas pareciam adorar a minha comida (especialmente as minhas bolachas)! 
Normalmente levava os lanches de casa, e ao almoço ia à cantina pois os meus pais tinham alertado previamente as cozinheiras da minha condição, tendo elas o cuidado de me prepararem algo sem glúten. 
No secundário passei a vir comer a casa (era mais seguro, e não queria continuar a "incomodar" as cozinheiras). Já na faculdade comecei a levar comida de casa e a aquecer no microondas. 
Ainda hoje os meus colegas parecem adorar a minha comida e felizmente já podemos partilhar os mesmo alimentos (por exemplo pizza, apesar de a minha ter de ser sem glúten). 
        Olhando para trás, posso não ter tido tantas opções quanto os meus colegas no que trata as refeições, mas hoje tenho muitas mais opções do que tinha antes. Sou uma jovem que teve um crescimento tão natural quanto os outros, e não foi o meu especial cuidado com a alimentação que me impediu ou privou de viver fosse o que fosse.

20/10/2013

Tumblr - "When I Went Gluten Free"

Sabem o que é um Tumblr? Pois bem, para quem ainda não sabe, é uma espécie de blog mas com mini-posts.

Como há sempre muito a dizer e divulgar sobre Doença Celíaca, eis que é criada uma página Tumblr. Ora, o responsável pela criação deste Tumblr teve a ideia genial de apresentar a parte cómica da Doença Celíaca ao mundo: reacções habituais dos celíacos a diversas situações, frases típicas, estados de espírito, enfim, um sentido de humor que os celíacos entenderão como ninguém!

Ficaram curiosos? Então visitem: http://wheniwentglutenfree.tumblr.com/

…e divirtam-se!

(atenção: esta página de Tumblr foi criada por alguém alheio à APC Jovem)


13/10/2013

Gluten Free Maps Europe | Mapa Europeu Sem Glúten


A Coeliac Youth of Europe (CYE) é uma organização europeia que tem como principal objetivo reunir todas as associações e grupos de jovens celíacos da Europa (sabe mais aqui).
Em cada ano, existe um projeto específico em que a CYE trabalha. No passado ano 2012/2013, o projeto consistiu na criação de um «mapa europeu sem glúten».
Este mapa ficou on-line no passado dia 15 de julho, e é construído diariamente com a colaboração de todos os celíacos.

Mas como?! A APC Jovem explica: cada pessoa poderá adicionar um novo local ao mapa (hotel, restaurante, pizzaria, café, ponto de venda, etc) em que tenha tido uma boa experiência sem glúten, partilhando assim com toda a comunidade celíaca.

Já imaginaram estar numa cidade ou país diferente e poder aceder a um mapa cheio de restaurantes sem glúten?! Ou surpreenderem-se com locais que desconhecem perto de casa?
A escolha é vossa, e só depende de partilhar, partilhar, partilhar!
Todos nós, celíacos, agradecemos J.

Link para o mapa: http://cye.freehostia.com/gluten-free-maps-europe-beta/
Link para adicionar um local: http://cye.freehostia.com/gluten-free-maps-europe-beta/submit-a-location-beta/



06/10/2013

A Nova Era Sem Glúten

Existe uma nova dieta para perder peso de forma saudável considerada revolucionária: dieta sem glúten!, assente no mito de que o glúten engorda.
Nós celíacos claramente achamos revolucionário que quando estamos doentes e retiramos permanentemente o glúten da nossa alimentação, passamos a ser saudáveis.

O que muitos ainda não sabem é que para tornar os alimentos que não são naturalmente isentos de glúten mais saborosos e consistentes, é utilizada uma maior quantidade de hidratos de carbono e lípidos e, por isso, consumir produtos sem glúten não permite ter uma alimentação mais saudável e, muito menos, emagrecer. Retirar alimentos com alto teor de hidratos de carbono, quer contenham glúten ou não, isso sim, ajuda a perder peso.
Seria de esperar de que com a crescente adesão à nova moda, e com a palavra «glúten» mais
disseminada, se alcançasse um maior conhecimento sobre o que é o glúten e a doença celíaca. Mas parece que não. O símbolo «sem glúten» actualmente ilude os consumidores e leva-os a pensar que estão a consumir produtos mais saudáveis, mesmo que estejamos a falar de água…
Sim, leram bem, água! Parece que fora de Portugal a tendência é mais forte, as empresas e os comerciantes perceberam que a nova dieta veio para ficar, e até algumas marcas de água optaram por colocar o símbolo SG no rótulo, e os bolos sem glúten nas pastelarias são os primeiros a acabar.
A nós resta-nos esperar que as pessoas se tornem mais informadas - procurando sempre contribuir para transmitir informação correcta e actualizada - , não comprem água mais cara porque não tem glúten e deixem umas fatias de bolo para os celíacos.

24/09/2013

Ce(r)líaco

Olá a todos! Chamo-me Sara e tenho 21 anos. Escrevo para vos deixar o meu testemunho enquanto celíaca.
Para poder contar a minha história tive de pedir a maior parte das informações aos meus pais, pois foi-me diagnosticada Doença Celíaca (DC) com 2 anos de idade.
A DC não foi novidade para os meus pais pois a minha irmã, que é mais velha, também é celíaca. Por esta razão, a minha pediatra aconselhou os meus pais a introduzir o glúten na minha alimentação a partir de 1 ano de idade.
Passados alguns meses após introdução do glúten na alimentação, começaram a aparecer os primeiros sintomas: começou-se a notar pouco aumento de peso, abdómen distendido e, por fim, a diarreia.
Os meus pais começaram a perceber que estes sintomas eram muito parecidos com os da minha irmã e desconfiaram que seria DC. Comunicaram logo com a Dra. Inês Pó, a pediatra da minha irmã na consulta de gastroenterologia no Hospital da Estefânia, que entretanto já seguia mais ou menos o meu crescimento. Fiz então as análises necessárias e a biópsia jejunal e foi-me diagnosticada Doença Celíaca em Novembro de 1993.
A partir daí comecei a dieta isenta de glúten sem nunca mais ter problema nenhum.
Entretanto, quando entrei no infantário, os meus pais informaram as educadoras da situação e levavam os meus produtos sem glúten para serem lá confecionados. Nessa altura a DC ainda era muito desconhecida e estranha para as pessoas.
Entretanto quando comecei a escola, desde o 1º ano até ao fim da Universidade, comia nas cantinas e normalmente havia sempre alternativas que eu pudesse comer, caso contrário levava comida de casa. 
Como se sabe, nem tudo é um mar de rosas, e por exemplo, em festas de anos, enquanto todos os meninos comiam as famosas sandes de Panrico, eu não tinha assim muito por onde petiscar. Mas, felizmente, com o passar dos anos, cada vez há mais produtos sem glúten iguais aos outros, o que está cada vez mais a facilitar a nossa vida. Penso que a DC está cada vez a parecer menos um bicho de 7 cabeças e hoje em dia, e desde há muitos anos atrás, não me imagino se não tivesse esta intolerância pois estou já muito habituada e familiarizada.



19/07/2013

Beat the Wheat

Encontra-se disponível aqui a nova edição do boletim da CYE, Beat the Wheat.

Na nova edição podemos ver as novidades de outros países da Europa: eventos que ocorreram, histórias de outros celíacos e de uma viagem a Nova Iorque, novas receitas e novos projectos, como um curso realizado em Itália que se realiza durante 7 dias a bordo de um barco.

E ainda contém a história da Associação Celíaca da Argentina e informações acerca da segunda edição "Expocelíaca", ocorrida no mesmo país.

21/04/2013

Nova edição do Beat the Wheat

Já saíu a 4ª edição do Beat the Wheat, o boletim da CYE. Conta com histórias, receitas, notícias e muito mais, provenientes de diversos países da Europa. Não deixes de ler!
Podes aceder ao boletim aqui.

21/03/2013

Trabalho sobre Dieta isenta de Glúten

A aluna Joana Delgado da licenciatura de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto está a realizar um trabalho sobre os hábitos e dificuldade da adaptação a uma dieta isenta de glúten e, para isso, necessita que a ajudemos a compreender algumas questões respondendo a um questionário.
Podes aceder ao questionário aqui e enviar as respostas até dia 1 de Abril para jo_delgado@sapo.pt.
Obrigada pela colaboração!

19/03/2013

Ce(r)líaco Soraia


                Olá, eu sou a Soraia, tenho 19 anos e moro na Pontinha, Lisboa. Actualmente, estou a estudar Gestão de Recursos Humanos no Instituto Superior das Ciências Sociais e Políticas, no qual me encontro a meio do 2º ano. Por outro lado, também estou a trabalhar no Continente aos fins-de-semana. A doença celíaca foi-me diagnosticada em Dezembro do ano passado.
                Na verdade, até aos 15 anos que nunca tinha sofrido do estômago até ter um vírus. E, ao ir à CATUS ,a médica apenas me receitou uns comprimidos e uma dieta, não me mandou realizar exames para saber o que realmente tinha. Desde aí, de vez em quando, ficava maldisposta, chegando a vomitar algumas vezes e, notava que, por vezes, não tinha muito apetite para comer, como antes.
                Em Julho, os sintomas começaram a ser mais frequentes e mais fortes. Surgiram me, nesta altura, dores fortes no estômago quando comia. Por vezes, não comia porque não conseguia e não por não ter fome. De Julho a Agosto, emagreci 5 quilos, pois tudo o que comia, vomitava. Comecei-me a sentir mais cansada e notei que, me irritava com mais frequência.
                Todos estes sintomas fizeram com que fosse às urgências do Hospital Beatriz Ângelo. A médica deu-me um medicamento e mandou-me fazer análises à urina, porém, este medicamento fez com que tivesse um ataque da ansiedade e, saísse das urgências por vontade própria. No entanto, ao chegar a casa esta ansiedade não passou e tiver que ir novamente às urgências. Desta vez, a média marcou-me uma consulta para a gastroenterologia e receitou-me o omeprazol e o domperidona.
                Nesta consulta de gastroenterologia, a doutora mandou-me fazer análises, um raio X e uma endoscopia digestiva alta com biopsia. E, foi na biopsia que se descobriu que tinha esta doença celíaca e tinha, também, anemia devido a esta doença crónica. Assim que saí da consulta, fui pesquisar sobre esta doença e o que podia ou não comer. Fui ao celeiro dieta comprar algumas coisas para comer, até ir a nutricionista do Hospital.
                Seguidamente à consulta da nutricionista, comecei a seguir uma dieta isenta de glúten. Porém, a médica apenas me disse para comer alimentos sem glúten pois queria que eu engordasse. Confesso que não foi fácil, pois verifiquei que quase tudo o que comia continha glúten. Tive que comprar alimentos só para mim e tive, também, que “aprender” a comer de novo, mas, com o apoio da família, sobretudo do meu namorado, tudo tem sido mais fácil. De facto, o que me custa mais é o facto de ter que comer fora e não poder ir a qualquer sítio, pois eu ando na faculdade e estes jantares são frequentes.





05/02/2013

SummerCamp Sérvia 2013


Onde?

Sremska Mitrovica é uma cidade localizada na província Vojvodina da Sérvia. É bastante próximo de Belgrade e Novi Sad. O acampamento decorrerá num dormitório de estudantes na cidade de Sremska Mitrovica.

Belgrade
Quando?
O campo de férias irá realizar-se entre dia 18 e dia 24 de Agosto de 2013. As inscrições estão abertas desde dia 1 de Fevereiro até dia 1 de Março. A lista final dos participantes será publicada até uma semana depois de encerrarem as inscrições. A lista será publicada no site da Associação Nacional da Sérvia: www.celijakija.rs, bem como no site da CYE: www.cyeweb.eu

Quem?
Este ano o acampamento terá limites de idades, apenas poderão inscrever-se os participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 28 anos. O acampamento destina-se a jovens entre os 18 e os 25 anos (inclusive). Haverá limite do número de participantes de cada país: as primeiras cinco inscrições de cada país têm confirmação imediata, sendo que os outros participantes terão de esperar pelo fim do prazo de inscrições. Este limite foi introduzido porque a ideia do acampamento é ter participantes de diversos países. O número total de participantes é trinta. Todos os países europeus serão bem-vindos!

Taxas
Novi Sad
O preço do Campo de férias é de 350€. Incluí seis noites com pensão completa, autocarro para visitas a Belgrade e Novi Sad, bilhetes para o Museu Nikola Tesla, passeio de barco por Zasavica, entre outros. Haverá acesso à internet. A deslocação até ao aeroporto de Belgrado será do encargo de cada participante.

Chegada e Partida
Todas as chegadas deverão ocorrer durante o dia 18 de Agosto. Apesar de não ser obrigatório, pede-se aos participantes que arranjem bilhetes com chegada até as 17 horas.  Haverá um autocarro à espera no aeroporto. A partida será no dia 24 de Agosto.

Actividades
As actividades diárias serão na maioria Workshops e visitas.
Estão a ser organizados os seguintes Workshops:
- Fotografia (fotografia analógica e digital);
- Pintura;
- Representação e drama;
As visitas serão aos seguintes locais:
- Belgrado

- Novi Sad
- Museu Nikola Tesla (www.tesla-museum.org/)
Para além das actividades já referidas, haverá também actividades que ajudarão os participantes a conhecerem-se melhor uns aos outrosHaverá ainda uma artista convidada, cantora de jazz, Sofija Knežević (www.facebook.com/sofijazzz).



01/02/2013

Reunião da APCJovem, dia 29 de Janeiro

A APC Jovem reuniu-se na passada terça-feira, dia 29, para conhecer um novo membro da associação: a Soraia. Esta reunião teve lugar no Starbucks do Chiado e, durante a tarde, foram discutidos diversos assuntos, entre os quais o próximo evento a realizar (um jantar verde, já no próximo mês de Março) e a possível colaboração com um grupo de jovens celíacos italiano. Neste convívio, foram partilhadas experiências e histórias, principalmente da Soraia, recém diagnosticada, que neste dia teve oportunidade de provar o seu primeiro brownie sem glúten e ficar a conhecer pessoas que, tal como ela, lidam com a doença celíaca no seu dia-a-dia. E porque o convívio, a discussão e a partilha de experiências são essenciais numa «vida sem glúten», brevemente divulgaremos mais informação sobre o próximo evento!