19/03/2013

Ce(r)líaco Soraia


                Olá, eu sou a Soraia, tenho 19 anos e moro na Pontinha, Lisboa. Actualmente, estou a estudar Gestão de Recursos Humanos no Instituto Superior das Ciências Sociais e Políticas, no qual me encontro a meio do 2º ano. Por outro lado, também estou a trabalhar no Continente aos fins-de-semana. A doença celíaca foi-me diagnosticada em Dezembro do ano passado.
                Na verdade, até aos 15 anos que nunca tinha sofrido do estômago até ter um vírus. E, ao ir à CATUS ,a médica apenas me receitou uns comprimidos e uma dieta, não me mandou realizar exames para saber o que realmente tinha. Desde aí, de vez em quando, ficava maldisposta, chegando a vomitar algumas vezes e, notava que, por vezes, não tinha muito apetite para comer, como antes.
                Em Julho, os sintomas começaram a ser mais frequentes e mais fortes. Surgiram me, nesta altura, dores fortes no estômago quando comia. Por vezes, não comia porque não conseguia e não por não ter fome. De Julho a Agosto, emagreci 5 quilos, pois tudo o que comia, vomitava. Comecei-me a sentir mais cansada e notei que, me irritava com mais frequência.
                Todos estes sintomas fizeram com que fosse às urgências do Hospital Beatriz Ângelo. A médica deu-me um medicamento e mandou-me fazer análises à urina, porém, este medicamento fez com que tivesse um ataque da ansiedade e, saísse das urgências por vontade própria. No entanto, ao chegar a casa esta ansiedade não passou e tiver que ir novamente às urgências. Desta vez, a média marcou-me uma consulta para a gastroenterologia e receitou-me o omeprazol e o domperidona.
                Nesta consulta de gastroenterologia, a doutora mandou-me fazer análises, um raio X e uma endoscopia digestiva alta com biopsia. E, foi na biopsia que se descobriu que tinha esta doença celíaca e tinha, também, anemia devido a esta doença crónica. Assim que saí da consulta, fui pesquisar sobre esta doença e o que podia ou não comer. Fui ao celeiro dieta comprar algumas coisas para comer, até ir a nutricionista do Hospital.
                Seguidamente à consulta da nutricionista, comecei a seguir uma dieta isenta de glúten. Porém, a médica apenas me disse para comer alimentos sem glúten pois queria que eu engordasse. Confesso que não foi fácil, pois verifiquei que quase tudo o que comia continha glúten. Tive que comprar alimentos só para mim e tive, também, que “aprender” a comer de novo, mas, com o apoio da família, sobretudo do meu namorado, tudo tem sido mais fácil. De facto, o que me custa mais é o facto de ter que comer fora e não poder ir a qualquer sítio, pois eu ando na faculdade e estes jantares são frequentes.





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