21/06/2011

Ce(r)líaco

Nasci em Setembro de 1990 e aparentava ser uma bebé saudável para a grande felicidade dos meus pais. Tudo corria bem até que aos oito meses comecei a ter os primeiros sintomas: não tinha apetite, tudo o que ingeria logo de seguida vomitava e consequentemente, comecei a perder peso.

Seguiu-se um período de corrida a vários médicos para compreender qual o problema que eu teria. Felizmente era pequena demais para hoje me lembrar desses momentos de aflição, mas a minha família lembra-se bem do ambiente pesado e apreensivo que se viveu, pois o meu problema era uma incógnita, nem mesmo os médicos sabiam do se tratava.

Só por volta dos onze meses de vida, quando os meus pais recorreram às urgências do Hospital da Estefânia, numa consulta com um pediatra é que foi detectada a doença celíaca e desde logo comecei uma dieta isenta de glúten. Ao completar um ano fiz a primeira biópsia onde foi confirmado o diagnóstico. Segundo os meus pais adaptei-me bem à dieta, recuperei o peso e foi como se tivesse tudo voltado à normalidade.
Aos quatro anos o meu pediatra mandou-me fazer uma nova biópsia, para isso tive de fazer um choque de glúten, onde tive de incluir o glúten na minha alimentação diária durante dois meses. Lembro-me de ter adorado a ideia e de pensar que iria finalmente comer tudo o que queria, mas foi uma desilusão, porque não gostava de uma grande parte de alimentos com glúten e os sintomas reapareceram. Ao realizar a biópsia foi confirmado novamente o diagnóstico.

Ao longo da minha vida não convivi com outros celíacos, no entanto, sempre tive facilidade em adaptar-me. Aprender a ler foi um grande passo para mim, quis desde logo saber quais os ingredientes que não podia ingerir para poder identificá-los nos rótulos dos alimentos. Tanto em casa como na escola nunca tive problemas em cumprir a alimentação que é necessária, à minha volta sempre tive pessoas que não me deixassem cair em tentações e me chamassem à atenção quando queria transgredir a dieta. Os meus amigos sempre compreenderam muito bem do que se tratava a doença e sempre arranjaram soluções de modo a que pudesse participar nas refeições que se combinavam.

A doença celíaca não tem de ser vista como um bicho-de-sete-cabeças, existem cada vez mais soluções para que possamos cumprir a dieta e é cada vez menos complicado comermos fora de casa, basta saber procurar os locais certos.

08/06/2011

1º Acampamento Nacional de Jovens Celíacos - Novas informações



A APC Jovem decidiu diminuir o limite mínimo de idade dos participantes no 1º Acampamento Nacional de Jovens Celíacos, de forma a que os celíacos mais novos tenham oportunidade de participar neste evento. Desta forma, a faixa etária de referência é agora dos 12 aos 18 anos.
Os jovens ainda interessados em participar devem inscrever-se até 30 de Junho, efectuando o pagamento da primeira prestação no acto de inscrição e da segunda prestação até 15 de Julho.
Pretendemos ter, desta forma, mais adesão dos jovens associados, uma vez que o reduzido número de inscrições até agora recebidas põe em causa a realização do evento.
Caso haja interesse por parte de crianças/jovens com idade inferior a 12 anos em participar no Acampamento, pede-se que entrem em contacto com a APC Jovem através do endereço semespiga@gmail.com para uma avaliação pontual do caso.
Esperamos pelo teu contacto!

02/06/2011

Dia do Celíaco - Piquenique


No passado sábado, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Celíaco, a APC Jovem organizou um piquenique no Jardim da Gulbenkian com o objectivo de assinalar o nosso dia, incentivando a comunidade celíaca a conviver de uma forma diferente e mais descontraída.
Ao apelo feito pelo blog, newletter da APC e página no Facebook responderam afirmativamente apenas duas famílias. Possivelmente a instabilidade meteorológica afastou alguns dos participantes mas a falta de adesão faz-nos questionar como poderemos tornar as nossas iniciativas mais apelativas. Mais uma vez apelamos aos nosso leitores para que comentem este post com as possíveis causas para a falta de participantes e/ou que tipo de iniciativas seriam mais aliciantes.
Num início de tarde onde o sol espreitava de forma tímida, a Frederica e a mãe Susana foram as primeiras a chegar cheias de boa disposição. Mais tarde juntou-se a família Oliveira que com os seus dois rapazes trouxe mais animação. Entre conversas sobre as dificuldades das escola para proporcionarem refeições seguras, dicas de cozinha e de produtos isentos a histórias engraçadas, fomos passando a tarde. Ainda ao longo desta, a chuva marcou a sua presença mas pudemos continuar no local a desfrutar da companhia. De registar que na "mesa" marcaram presença rissóis de camarão e carne, saladas diversas, mini-folhados de salsicha, sandes diversas, bacalhau com natas, pizza, creme de abacate e ainda um saboroso bolo de chocolate. Foi uma mesa farta de comida e boa disposição! Um grande obrigado aos presentes. E tal como comentámos no final do piquenique, vamos aproveitar a energia de quem quer colaborar para criar mais iniciativas. Estejam atentos!


De sublinhar a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian, que nos autorizou e incentivou a utilização do seu espaço para fazer o piquenique, convidando os leitores a visitarem este Jardim de Lisboa.

João Rocha