Na sondagem que a APC Jovem colocou online a passada semana, onde se pretendia saber qual o comportamento padrão do celíaco em relação ao cumprimento da dieta sem glúten, participaram 31 votantes.
Para gáudios dos membros da APC Jovem, 76% dos votantes referiu nunca ingerir glúten de forma consciente. Verificar a elevada taxa percentual que esta resposta obteve indica-nos, acima de tudo, que a maioria dos celíacos se encontra bastante bem informada relativamente à DC e às consequências da ingestão de glúten, ainda que de forma esporádica. O rigoroso cumprimento da dieta indica também que o trabalho que a APC tem vindo a desenvolver junto dos seus associados e da sociedade em geral tem surtido frutos, sendo que a consciencialização para os riscos do incumprimento da dieta é praticamente geral.
Observando agora todo o gráfico de análise, constatamos que 7 votantes referem que, por vezes, ingerem pequenas quantidades de glúten. Esta resposta é, efectivamente, preocupante pois leva-nos a concluir que uma parte dos celíacos ainda não está suficientemente esclarecida quanto à etiopatologia e tratamento da DC. Voltamos a referir que as partes por milhão de glúten se vão acumulando no organismo provocando a lesão das vilosidades intestinais e, mesmo que sem sintomatologia imediata associada, a lesão vai-se formando sendo que, mais tarde, as consequências da ingestão do glúten aparecerão ainda que não necessariamente sob a forma de manifestações gastrointestinais.
Convém não esquecer que o “reaparecimento” da Doença Celíaca não é imediato à ingestão do glúten e não é de esperar que após a ingestão de, por exemplo, uma bolacha com glúten, um celíaco desencadeie um quadro de vómitos, diarreia ou dor abdominal. Após a ingestão de alimentos com glúten é provável que o organismo do celíaco não aparente qualquer reacção dando assim a sensação de uma “falsa tolerância”. O que é de esperar, e é certo, é que um dia mais tarde as consequências se farão sentir, seja em forma de dermatite herpetiforme, seja em forma de distúrbios gastrointestinais diferentes dos clássicos “vómitos e diarreia”, seja em forma de outras patologias mais graves e, nessa altura, é necessário reiniciar a dieta de forma ainda mais rigorosa esperando que as consequências do incumprimento não sejam já irreversíveis.
Ao nosso leitor que referiu não cumprir a dieta sem glúten gostaríamos de reforçar tudo o que foi dito anteriormente sendo que nos disponibilizamos, desde já, para qualquer esclarecimento necessário referente à DC e à dieta SG. Informamos ainda que, caso não cumpra a dieta devido a restrições financeiras, nos deve contactar através do e-mail referido na barra lateral do blogue (semespiga@gmail.com).
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Carmen G.
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