15/03/2010

Realidades Europeias

Quando já estão abertas as inscrições para o Summercamp 2010 em Budapeste, publicamos o texto da Andreja - uma das muitas amigas que tivemos oportunidade de fazer no último Summercamp (Berlim, Agosto de 2009). Este post surge na sequência do convite que endereçámos a alguns dos jovens que conhecemos a colaborarem connosco através da descrição da realidade celíaca dos seus países. A Andreja é natural da Eslovénia, tem 24 anos e estuda jornalismo. A doença celíaca foi-lhe diagnosticada aos 12 anos.




Viver “sem glúten” na Eslovénia...


Struklji, zganci, potica, prekmurska gibanica … those are Slovene traditional specialties. They look delicious, smell delicious and probably taste delicious, but as a celiac you couldn’t have known that just a few years ago, unless you’d had an enthusiastic granny or mom’ that would have made it for you. Nowadays, anything is possible. What I’m getting at is, gluten-free life in Slovenia is not easy, but could be much harder though.

The word gluten is being spread all over the country, meaning there are shops and restaurants that know about it, you just have to find them. The easiest way to buy gluten-free food is by the hypermarkets in the biggest cities in Slovenia. International products (Dr. Schaer, Glutano, Finax, Joos, Spar and others) are marked with gluten-free symbol and on domestic ones are written “brez glutena”. Among them there are also (mostly) local producers that provide some of the specialties mentioned above. To name a few: Mlinopek, Klasje, Kruh-Pecivo and Lincer.

When talking about warm meals, restaurants, fast food and the like – careful, some people have hard times in differing gluten-free from lactose-free or so. There are cases even more bizarre. I always like to tell this story: I once went to a pizza restaurant; had a great gluten-free meal, “njammmm”, and left in bliss. The second time I got there I though that there should be no problem, but I got surprised. I wanted to order a gluten-free pastry, but guess what the waiter asked me “What? You want a caffeine-free pizza?” Trust me like in English the two words are not a bit similar, so that was my cue to leave. Unlike this one, there are places, where they know what we (the celiacs) are talking about. Some assure only natural gluten-free food, meaning grill, vegetables and the like. Some go further in making costumers happy and provide also gluten-free pizzas, pasta, lasagnas and the like. I live in the capital of Slovenia, Ljubljana, which has some bright spots, such as Gregorino, Fabula, Falafel, hostel Celica and more, but I was told it is even “brighter” in Maribor.

The state takes care well for students and kids under 18. Their parents are entitled to 80 Euros/month. The part of being celiac gets hard though, when you grow up. Unlike youth, adults get no support from the state whatsoever. Celiac societies are thus fighting to get some attention from the government and to make them understand, that if you have to pay a foretimes-price for a kilo of flour, it’s sometimes hard to get by. But what we all celiacs in Slovenia can count on is with Slovensko društvo za celiakijo (SDC - http://www.drustvo- celiakija. si/). It organizes social events, workshops, relaxation weeks, camps, lectures and other events. It runs tests of the amount of gluten in different products and publishes it in a celiac magazine twice a year – all this just for a negligible submission. We would be lost without it, so thank you SDC! Like I said in the beginning, life of a celiac in Slovenia is not easy, but could be much harder, like it probably is in some other countries.

Andreja Gregorka
(Tradução)
Struklji, zganci, potica, prekmurska gibanica… estas são as especialidades da cozinha tradicional Eslovena. Todas elas têm um aspecto deliciosos, cheiram maravilhosamente e, possivelmente, também sabem maravilhosamente bem mas, como celíaca, nao era possível saber isso até há alguns anos atrás, a menos que se tivesse uma avó ou mãe entusiásticas que as fizessem para ti. Actualmente, tudo é possível. Quero com isto dizer que a vida “sem glúten” na Eslovénia nao é fácil, mas poderia ser muito mais difícil.

A palavra “glúten” começa a ser comum um pouco por todo o país o que significa que existem lojas e restaurantes que a conhecem, apenas temos que as encontrar. A forma mais fácil de comprar comida sem glúten é nos hipermercados nas maiores cidades eslovenas. Produtos importados (Dr. Schaer, Glutano, Finax, Joos, Spar entre outros) estão assinalados com o símbolo “gluten-free” e, nos produtos nacionais, pode-se encontrar escrito “brez glutena”. Entre estes existem também (e sobretudo) produtores locais que fornecem as especialidades eslovenas mencionadas anteriormente. Para nomear alguns: Mlinopek, Klasje, Kruh-Pecivo e Lincer.

No que diz respeito a refeições quentes, restaurantes, “fast food” e outros – cuidado, algumas pessoas tem dificuldade em diferenciar “sem glúten” de “sem lactose” e vice-versa - há sempre casos mais bizarros. Eu gosto sempre de contar esta história: uma vez fui a uma pizzaria; tive uma excelente refeição sem glúten, “njammmm”, e saí felícissima. Na segunda vez que lá fui pensei que não haveria qualquer tipo de problema, mas tive uma surpresa. Eu queria que me servissem uma massa sem-glúten, mas advinhem o que o empregado me perguntou “O que? Quer uma pizza sem cafeína?” Acreditem que, tal como em ingles, as duas palavras não são semelhantes e, por isso, essa foi a minha “deixa” para me ir embora. Existem, contudo, muitos outros sítios, onde os empregados sabem das nossas especificidades. Alguns destes garantem apenas refeições naturalmente sem glúten como grelhados, saladas, etc. Outros vão um pouco mais longe em satisfazer o cliente e fornecem pizzas, pastas, lasanhas sem glúten entre outros pratos. Eu vivo na capital da Eslovénia, Ljubljana, que tem excelente locais como Gregorino, Fabula, Falafel, hostel Celica entre outros, mas sei que ainda existe mais oferta em Maribor.

O Estado dá um bom apoio a estudantes e a crianças/jovens até aos 18 anos. Os seus pais têm direito a 80 euros mensais. O facto de ser celíaco torna-se mais difícil, neste aspecto, quando se é um pouco mais crescido. Na idade adulta, contrariamente ao que se passa até aos 18 anos, não existe qualquer tipo de apoio do Estado. A Associação de Celíacos está, por isso, a trabalhar para ter alguma atenção do governo e para os fazer perceber que se tu tens que pagar um preço mais elevado que o normal por um quilo de farinha, é por vezes difícil adquiri-la. Mas, com quem todos os celíacos na Eslovénia podem contar é com a Slovensko društvo za celiakijo (SDC - http://www.drustvo- celiakija. si/). Esta organiza eventos sociais, workshops, momentos de descontracção, acampamentos, palestras e outros eventos. Também fazem testes sobre a quantidade de glúten em diferentes produtos e publicam-nos na revista da associação duas vezes ao ano – tudo isto por uma inscrição de valor insignificante. Nós estaríamos perdidos sem ela e, por isso, o meu obrigado à SDC! Como referi no início, a vida de um celíaco na Eslovénia não é fácil, mas poderia ser bem mais difícil, como provalvelmente o é noutros países.

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