Ao apelo de partilha de histórias que fizémos aqui, temos a primeira história para partilhar! Possivelmente cada um de nós já se viu numa situação perecida com esta... Aguardamos comentários! :)
Gostaria de partilhar convosco uma história recente que se passou comigo e que é sintomática da dificuldade que as pessoas comuns têm em perceber todas as questões ligadas à DC.
Devo dizer que tenho 52 e fui diagnosticada há apenas 3 e, apesar de já não ser propriamente jovem, acho que posso participar nestas experiências do Sem Espiga até para dar a conhecer cada vez mais a DC.
Num almoço de família em que me encontrei com pessoas que já não via há algum tempo e que não conheciam a minha condição tive que, obviamente, voltar a esclarecer todas as condicionantes que se me impunham em termos de alimentação. Após muitas perguntas e consequentes respostas, consideradas por alguns muito complicadas, toda a gente, pelo menos, ficou a perceber que eu não podia comer farinha de trigo.
Já era um princípio!
Mas parece-me que mais do que isso não foi possível, de todo, pelo menos naquela mesa em que as pessoas eram maioritariamente "jovens idosos", pois que alguém que muito simpaticamente trouxe para o almoço uma tarte de fiambre e queijo, me ofereceu uma fatia, dizendo:
"Rosa, podes comer, olha que a receita só leva 250 gramas de farinha!!!"
E, digo-vos, ter que negar foi uma situação constrangedora pois que, na opinião da pessoa que fez a oferta, aquelas graminhas de farinha não me iam fazer mal.
Em conclusão:
Se nos casos de pessoas mais jovens diagnosticados que têm relações com pessoas mais jovens (no seu círculo de amigos, por exemplo,) é mais fácil a compreensão destas matérias, penso que nos casos dos diagnosticados mais velhos e cujas relações podem ser também com pessoas mais velhas, é realmente complicado ter uma vida social normal.
Maria Rosa Gregório